Visitamos a exposição imersiva sobre o Titanic em São Paulo; veja o que esperar

Diziam que o Titanic nunca afundaria. E, de certo modo, talvez não tenha mesmo afundado, ao menos não no imaginário popular. Mais de um século depois, o transatlântico mais famoso do mundo continua à tona na memória coletiva, nas telas, nos livros e, agora, em uma exposição que faz o visitante se sentir parte da própria travessia.

A mostra Titanic: Uma Viagem Imersiva, em cartaz no Shopping Eldorado, em São Paulo, convida o público a embarcar em uma jornada que mistura história, emoção e tecnologia. Depois de passar por países como Estados Unidos, Itália e Canadá, a exposição chega agora na América Latina, reunindo mais de 150 artefatos originais, recriações em tamanho real e também instalações em 3D que ajudam a transportar o visitante para dentro do navio.

Cartão de embarque nas mãos

A viagem começa com um gesto simples: um cartão de embarque entregue logo na entrada por um dos funcionários, ou melhor dizendo, tripulantes. Nele estão o nome, idade, origem e destino de um passageiro real do Titanic. Ao longo do percurso, é com essa identidade emprestada que o visitante atravessa as salas. Você pode ser desde o William Murdoch, de 39 anos, até o pequeno Halim Mubarak com apenas quatro. E, ao atravessar as salas, a curiosidade é crescente: será que seu personagem sobrevive àquela noite?

Com o cartão de embarque nas mãos, agora é só embarcar!Cecília Carrilho/Arquivo pessoal

A primeira sala apresenta o contexto histórico da criação do Titanic. Painéis e objetos mostram como o início do século 20 foi marcado por avanços tecnológicos e ondas de migração da Europa para os Estados Unidos. Entre 1900 e 1915, mais de 15 milhões de pessoas cruzaram o Atlântico em busca de uma nova vida, o que foi o cenário perfeito para que as companhias navais competissem por luxo e velocidade.

Foi assim que nasceu o projeto da White Star Line, que decidiu superar as rivais não pela rapidez, mas pela grandiosidade. A empresa deu início à construção de três navios lendários: Olympic, Titanic e Britannic, gigantes com nomes relacionados à mitologia grega.

Entre vitrines com biografias, há também espaço para o Titanic da cultura pop. Até porque é impossível não lembrar do filme de James Cameron, de 1997. Na exposição, objetos usados nas gravações dividem espaço com uma recriação da proa, que é perfeita para fotos e para quem quiser repetir o famoso “eu sou o rei do mundo” de Leonardo DiCaprio.

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A clássica cena de “Titanic” ganha vida na exposição, rendendo fotos dignas de cinemaCecília Carrilho/Arquivo pessoal

O nascimento do gigante

A segunda sala da mostra revela a engenharia monumental por trás do navio. Uma maquete de oito pés bem no centro traz uma visão geral do Titanic, com detalhes como os acessórios no convés. A embarcação pode ser melhor entendida por meio de telas interativas que permitem explorar o funcionamento das máquinas e ver imagens de ambientes como o elevador e a sala de leitura – inclusive, você sabia que o Titanic tinha academia? 

A maquete ajuda a ter uma noção de como era o gigante TitanicCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Ao seguir adiante, me deparei com documentos como o ingresso de lançamento do Titanic e também cartões-postais da embarcação. Na sala, os visitantes podem conferir a lista de compras da viagem inaugural, que traz quantidades como 34 toneladas de carne, 40 mil ovos e 15 mil garrafas de água mineral.

No entanto, o que mais surpreende é a recriação da porta de entrada dos passageiros no navio: com uma pequena ponte tomada por malas e barris empilhados, parecia que eu realmente estava embarcando no Titanic. Ao seguir adiante, do outro lado da cortina, surge um corredor idêntico ao do navio – que talvez você se recorde daqueles vistos no filme -, com chão em preto e branco e portas alinhadas nas paredes. 

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Atravessando a ponte, visitantes são transportados para dentro do navioCecília Carilho/Arquivo pessoal

As salas seguintes reconstroem os ambientes do transatlântico com louças expostas sobre mesas e a reprodução de um quarto com objetos como uma penteadeira da primeira classe e parte de um beliche da segunda, que foram recriados com detalhes fiéis. Durante toda a exposição você pode entender mais sobre a história e sobre os ambientes com os painéis e fotografias expostos nas paredes.

Reprodução dos ambientes do navio revela o requinte das viagens e seus objetosCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Grande Escadaria

Nenhum espaço é tão simbólico quanto a Grande Escadaria, que foi replicada para exposição. Colunas ornamentadas e a escultura no centro dominam o espaço. Os visitantes podem subir alguns degraus e, confesso que isso foi o suficiente para me fazer sentir tal como Rose no momento que ela encontra Jack no jantar da primeira classe.

A Grande Escadaria é símbolo de luxoCecília Carrilho/Arquivo pessoal

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Mas o brilho dourado esconde o prenúncio da tragédia. No espaço seguinte, você se depara com a sala de comando. Diante do leme, telas que simulam janelas com vista para o mar projetam as mensagens enviadas nos momentos que antecederam a tragédia. Às 23h40 de 14 de abril de 1912, o Titanic colidiu com um iceberg de mais de 30 metros de altura.

O naufrágio

Apesar de saber da história, e inclusive ter assistido o filme na noite anterior à visita, não pude evitar de sentir o pânico e a tristeza do que estava por vir. Segui para sala das caldeiras, onde a temperatura pareceu aumentar com as simulações de fogo e mudança de iluminação. A cada passo, o ambiente se tornava mais escuro, trazendo detalhes do naufrágio e recriando os ambientes inclinados e sendo tomados pela água.

É impossível não lembrar da cena de Jack e Rose tentando abrir a grade enquanto o navio afundaCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Após passar pelo corredor inclinado, chegamos na parte mais emocionante e o maior destaque de toda a exposição, onde o chão se transforma com projeções do mar e permite que os visitantes embarquem num bote salva-vidas. De lá, as pessoas se sentam, e as paredes ao redor mostram o navio afundando. O ambiente parece mais frio e o silêncio parece tomar conta da sala enquanto todos assistem à tragédia.

Após a exibição do naufrágio, o público segue para uma sala com as paredes cobertas por jornais que anunciaram o acontecimento, além de telegramas de sobreviventes expostos nas mesas. É lá também que você vê objetos dos músicos, os valentes que tocaram até o fim de suas vidas, e que me fazem lacrimejar só de lembrar.

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Você sobreviveu?

A última sala é a mais íntima. No centro, painéis de vidro exibem os nomes dos passageiros salvos e perdidos, separados por classe. É ali que cada visitante descobre o destino da pessoa do seu cartão de embarque (o meu sobreviveu!). Ao lado, uma mesa convida a escrever um “marconigrama” – uma mensagem de homenagem que se junta às deixadas por outros visitantes.

Você conhece tudo sobre os tripulantes na última salaCecília Carrilho/Arquivo pessoal

Entre os objetos em exibição nesta sala está o “Coração do Oceano”, réplica do colar usado por Rose no filme – incluído para aproximar o público brasileiro da história, já que o principal interesse pelo Titanic vem justamente do sucesso do longa.

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A visita termina em uma sala de realidade virtual, que leva o visitante a uma imersão pelos destroços do Titanic. A sensação é curiosa. Eu, por exemplo, senti um misto de confusão e fascínio ao observar, de perto, os escombros.

Para encerrar, os visitantes que se sentirem interessados podem adquirir um mimo na lojinha da exposição, que exibe miniaturas, livros e canecas.

Serviço

Onde? Shopping Eldorado – Av. Rebouças, 3970 – Pinheiros – São Paulo.

Quando? Em cartaz até janeiro. De terça-feira a domingo, das 10h às 22h.

Quanto? Ingressos a partir de R$ 45, disponíveis pela Fever.

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