Desde que o primeiro chatbot de inteligência artificial do DeepSeek foi lançado, no início deste ano, a startup chinesa entrou efetivamente na corrida global de IA. Com um crescimento expressivo nos últimos meses, a empresa agora tem focado os seus esforços em mercados fora da China.
Um dos exemplos mais claros disso é a África. Com a população que mais cresce no mundo e uma economia digital que deve aumentar para US$ 712 bilhões (cerca de R$ 3,8 trilhões) até 2050, governos e startups africanas têm apostado na ferramenta.
Aposta de longo prazo de Pequim
Segundo reportagem da Bloomberg, a principal vantagem do DeepSeek é o custo mais baixo de implementação, o que torna a IA acessível para a maioria dos países africanos. Para os governos destas nações, os sistemas de nuvem privada podem ser instalados fisicamente em escritórios e ministérios.
A publicação ainda aponta que, enquanto a OpenAI e outras companhias ocidentais mantém o domínio de todos os processos, as chinesas oferecem modelos de código aberto. Isso significa que startups africanas podem criar novos produtos e serviços de uma forma muito mais barata.
A aposta da China é no longo prazo. Toda a economia digital da África é avaliada em “apenas” US$ 180 bilhões (cerca de R$ 970 bilhões), mas a expectativa que ela cresce expressivamente nos próximos anos, com a inteligência artificial tendo um papel central neste cenário.
Isso não quer dizer que não haja preocupações. A principal deles diz respeito à privacidade, uma vez que os dados do DeepSeek são armazenados na China. Existe também o risco de depender demais de um único país.
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Lançamento do DeepSeek foi um marco
A IA do DeepSeek foi projetada para lidar com tarefas complexas de raciocínio e tem apresentado resultados surpreendentes.
O grande diferencial é o baixo custo da tecnologia, o que pode ameaçar a posição dominante dos principais players.
Para se ter uma ideia, o modelo chinês foi treinado ao custo de aproximadamente US$ 6 milhões, enquanto ferramentas como o Llama 3.1, da Meta, custaram mais de US$ 60 milhões para serem desenvolvidos.
A empresa chinesa adota estratégias como o chamado aprendizado por reforço, que permite que os modelos aprendam por tentativa e erro.
Além disso, ativa apenas uma fração dos parâmetros do modelo para tarefas específicas, economizando recursos computacionais.
E melhora a capacidade dos modelos de processar dados e identificar padrões complexos.
A startup ainda adota um modelo parcialmente aberto, permitindo que pesquisadores acessem seus algoritmos.
Isso democratiza o acesso à IA avançada e promove maior colaboração na comunidade global de pesquisa.
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