Criar espaços para o armazenamento de alimentos é uma prática comum de governos mundo afora. Essa é uma forma de evitar o desperdício e garantir que haja estoques disponíveis em momentos de necessidade.
Mas um caso específico acaba chamando a atenção. Os Estados Unidos contam com reservas de mais de 635 milhões de quilos de queijo, sendo que muitas delas estão localizadas a centenas de metros abaixo do solo.
Escassez de laticínios e aumento da inflação
Segundo informações do portal IFLScience, as origem dessa prática remontam à década de 1970.
Este foi um período de escassez de laticínios e de aumento considerável da inflação.
Durante o mandato do presidente Jimmy Carter, a Casa Branca decidiu que a única maneira de resolver o problema era dar um impulso financeiro à indústria de laticínios.
A inciativa funcionou e a produção explodiu.
Todo o excedente foi comprado pelo governo dos EUA, o que levou à criação de uma reserva de 227 milhões de quilos de queijo.
Todo este material foi armazenado em mais de 150 armazéns espalhados pelo país.
O problema é que os alimentos começaram a estragar, o que revoltou muitas famílias desesperadas por comida em um momento de crise econômica.
O governo seguinte, do presidente Ronald Reagan, decidiu distribuir essa enorme quantidade de queijo, dando um ponto final para a questão (pelo menos por enquanto).
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Essa curiosa história trouxe um legado que pode ser observado até hoje: a superprodução da indústria de laticínios. Um cenário que, mais recentemente, criou uma nova necessidade de armazenar a grande quantidade de produtos. Com os picos sazonais na produção do leite e queda no consumo de queijo, o governo dos EUA decidiu criar as chamadas cavernas de queijo.
Os espaços são mantidos em antigas minas de calcário e desenvolvidos para o armazenamento dos alimentos. As temperaturas frias e estáveis nas cavernas mantêm os produtos frescos, evitando o apodrecimento e consequente desperdício. Atualmente, estima-se que a Casa Branca guarde 635 milhões de quilos de queijo.
Apesar do nobre propósito, a iniciativa é alvo de críticas. Primeiro em função dos altos custos de manutenção destes espaços em um momento em que a demanda não está tão alta. Ao mesmo tempo, a pecuária leiteira contribui para o agravamento da crise climática, gerando questionamentos se é necessário ter uma produção e um estoque tão grandes assim.
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