Após a paralisação da Amazon Web Services (AWS) na semana passada — que afetou diversos serviços, incluindo o aplicativo de mensagens Signal —, Elon Musk aproveitou o momento para criticar a dependência do app em relação às grandes empresas de tecnologia.
A presidente do Signal, Meredith Whittaker, no entanto, rebateu a crítica e afirmou que a empresa simplesmente não tem alternativas viáveis fora dos principais provedores de nuvem.
Em uma série de publicações no Bluesky, Whittaker explicou que o problema não está na escolha do Signal, mas na concentração de poder no setor de infraestrutura digital.
“O problema não é que a Signal ‘escolheu’ rodar na AWS”, escreveu. “O problema é que toda a infraestrutura da internet está, na prática, nas mãos de três ou quatro empresas.”
Mercado monopolizado
A executiva destacou que muitas pessoas parecem não perceber o quão concentrado é o mercado de computação em nuvem.
“A pergunta não deveria ser ‘por que a Signal usa a AWS?’, mas sim como chegamos a um ponto em que não há alternativa realista à AWS, ao Microsoft Azure e ao Google Cloud”, afirmou.
Segundo Whittaker, essas três gigantes são as únicas capazes de oferecer a escala global e a baixa latência necessárias para operar uma plataforma de comunicação segura e em tempo real, sem exigir investimentos bilionários em infraestrutura própria.
“Executar milhões de chamadas de áudio e vídeo simultâneas requer uma rede global de computação, armazenamento e presença na borda — algo que só essas empresas têm”, observou.
Ela também ressaltou que o Signal opera apenas parcialmente na AWS e utiliza criptografia de ponta a ponta para garantir que nem a Amazon nem o próprio Signal possam acessar o conteúdo das conversas dos usuários.
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Serviços prejudicados
A interrupção da AWS afetou uma ampla gama de serviços além do Signal, incluindo o Starbucks, a Epic Games Store, o Snapchat, os dispositivos Alexa e até campainhas e camas inteligentes.
Whittaker concluiu dizendo que o episódio deveria servir de alerta: “Espero que a queda da AWS seja um momento de aprendizado, mostrando o risco de concentrar o sistema nervoso digital do nosso mundo nas mãos de tão poucos.”
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