Não é segredo que a inteligência artificial está sendo utilizada pelas principais potências do mundo para o desenvolvimento de armas mais modernas eficazes. No caso da China, o governo aposta na DeepSeek para atingir estes objetivos.
De acordo com reportagem da Reuters, Pequim já usou a IA para criar um veículo militar capaz de conduzir operações de apoio ao combate de forma autônoma a 50 quilômetros por hora, por exemplo. Mas os chineses querem ir além.
Cães-robôs e enxames de drones são alimentados pela tecnologia
A publicação cita registros de aquisição e patentes que oferecem pistas sobre o progresso da China em direção a capacidades como reconhecimento autônomo de alvos e suporte à decisão no campo de batalha em tempo real. Detalhes de como esses sistemas funcionam e até que ponto eles já forma implementados, no entanto, são considerados segredos de estado.
De qualquer forma, a Reuters afirma que os modelos de IA da DeepSeek estão presentes em uma dúzia de licitações do Exército de Libertação Popular. Esse processo foi acelerado ao longo deste ano, refletindo a popularidade das ferramentas e a necessidade chinesa de reduzir a dependência da tecnologia ocidental.
Um dos possíveis usos da tecnologia é em cães-robôs e enxames de drones que rastreiam alvos de forma autônoma. A inteligência artificial permitiria analisar cerca de 10 mil cenários de campo de batalha – cada um com diferentes variáveis, terreno e implantações de força – em apenas 48 segundos.
O governo chinês não se manifestou sobre o assunto. Já um porta-voz do Departamento de Estado da Casa Branca disse que a “DeepSeek forneceu de bom grado, e provavelmente continuará a fornecer, apoio às operações militares e de inteligência da China”.
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Lançamento da DeepSeek foi um marco
A IA da DeepSeek foi projetada para lidar com tarefas complexas de raciocínio e tem apresentado resultados surpreendentes.
O grande diferencial é o baixo custo da tecnologia, o que pode ameaçar a posição dominante dos principais players.
Para se ter uma ideia, o modelo chinês foi treinado ao custo de aproximadamente US$ 6 milhões, enquanto ferramentas como o Llama 3.1, da Meta, custaram mais de US$ 60 milhões para serem desenvolvidos.
A empresa chinesa adota estratégias como o chamado aprendizado por reforço, que permite que os modelos aprendam por tentativa e erro.
Além disso, ativa apenas uma fração dos parâmetros do modelo para tarefas específicas, economizando recursos computacionais.
E melhora a capacidade dos modelos de processar dados e identificar padrões complexos.
A startup ainda adota um modelo parcialmente aberto, permitindo que pesquisadores acessem seus algoritmos.
Isso democratiza o acesso à IA avançada e promove maior colaboração na comunidade global de pesquisa.
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