Presente nas farmácias há décadas, o omeprazol é um dos medicamentos mais usados no Brasil para aliviar azia, refluxo e gastrite. Embora seja seguro quando bem indicado, o uso prolongado sem acompanhamento médico pode causar efeitos indesejados, como deficiência de nutrientes, alterações intestinais e maior risco de infecções.
Por isso, antes de suspender ou trocar o medicamento, é essencial entender como o tratamento funciona e quais opções estão disponíveis. A substituição deve sempre ser feita com orientação médica, pois nem todos os casos permitem a troca imediata.
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Como substituir o omeprazol
O primeiro passo para a substituição é confirmar a real necessidade do uso contínuo. Em casos leves, ajustes na alimentação e no estilo de vida podem reduzir a acidez e até eliminar a dependência do medicamento.
Nos casos em que há indicação de troca, o médico pode avaliar alternativas da nova classe de bloqueadores competitivos de potássio (P-CAB), como o vonoprazana, conhecido comercialmente como Inzelm. Essa medicação tem ação mais rápida e tende a causar menos efeitos colaterais que o omeprazol tradicional.
Além disso, a gastroenterologista Luisa Campo, do Hospital Anchieta, conta que existem outras opções que ajudam a controlar os sintomas, como os antagonistas H2, antiácidos, protetores da mucosa e procinéticos. Cada um atua de forma diferente e deve ser prescrito conforme o quadro clínico.
“O vonoprazana é uma excelente opção com bons resultados e menos efeitos adversos, mas ainda é uma medicação nova e de custo mais elevado”, esclarece.
Cuidados antes de interromper o tratamento
A suspensão do omeprazol não deve ser feita de forma brusca, já que parar de uma vez pode causar o chamado efeito rebote, quando o estômago volta a produzir mais ácido do que antes. Por isso, a retirada precisa ser gradual e supervisionada.
A interrupção do omeprazol deve ser gradual e acompanhada por um médico para evitar o efeito rebote e o retorno dos sintomas
Casos de esofagite, úlcera ou refluxo intenso geralmente exigem tratamento mais prolongado. Quando não há melhora mesmo com doses ajustadas e mudanças de hábitos, o médico pode indicar intervenções cirúrgicas ou endoscópicas, como a fundoplicatura ou a terapia por radiofrequência, que reduzem a necessidade de medicação.
Principais sintomas da acidez estomacal
Azia frequente, sensação de queimação no peito.
Refluxo de alimentos ou líquido ácido.
Dor ou desconforto na parte superior do abdômen.
Tosse persistente ou rouquidão sem causa respiratória.
Despertar noturno com sensação de sufocamento.
Hábitos que reduzem a acidez
A alimentação é peça-chave no controle da acidez estomacal. Comer devagar, evitar longos períodos em jejum e reduzir alimentos gordurosos, ultraprocessados, café e álcool são atitudes que aliviam os sintomas. Também é importante não deitar logo após as refeições, manter o peso adequado e controlar o estresse, fatores que influenciam diretamente o refluxo.
“Manter uma rotina de sono adequada, praticar atividade física regularmente e gerenciar o estresse com técnicas de respiração ou meditação ajuda o estômago a produzir menos ácido e reduz a dependência de medicamentos como o omeprazol”, explica a clínica geral Letícia Jácome, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Além da alimentação e hábitos diários, evitar roupas apertadas na região abdominal e respeitar horários regulares das refeições contribuem para diminuir o refluxo e melhorar o conforto digestivo. Pequenas mudanças combinadas podem reduzir a necessidade do uso contínuo de remédios e melhorar a qualidade de vida.
Alternativas naturais e avaliação individual
Algumas opções naturais, como chás de camomila, gengibre e espinheira-santa, podem ajudar em casos leves, mas exigem acompanhamento médico. Mesmo fitoterápicos têm contraindicações e interações com outros remédios. Mais do que só trocar o remédio, o segredo está em cuidar do organismo de forma integral.
Além disso, doenças como diabetes, hipertensão e problemas renais precisam ser consideradas antes de ajustar qualquer tratamento. A substituição do omeprazol deve ser sempre individualizada, levando em conta as condições clínicas e os hábitos do paciente.
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