“Teste do bafômetro” mostra potencial para detectar câncer de pâncreas

Um teste respiratório que pode transformar o diagnóstico do câncer de pâncreas está em estudo no Reino Unido. A tecnologia, semelhante a um bafômetro, analisa o ar expirado para identificar substâncias químicas ligadas à doença em estágios iniciais, quando o tratamento tem mais chances de sucesso.

O projeto, chamado Vapor, é liderado por pesquisadores do Imperial College London e financiado pela organização Pancreatic Cancer UK. Os cientistas querem avaliar se o exame consegue diferenciar casos de câncer pancreático de outras condições, como diabetes e pancreatite crônica.

De acordo com o cirurgião Bilal Al-Sarireh, responsável pela pesquisa em um dos centros participantes, o objetivo é que, no futuro, médicos possam aplicar o teste durante consultas de rotina.

“Não há agulhas nem procedimentos invasivos. Basta soprar em um saco. Seria uma forma simples e acessível de salvar vidas”, disse o especialista em comunicado.

Câncer de pâncreas

Esse tipo de câncer ocorre quando células anormais crescem e se multiplicam no pâncreas, formando um tumor.
Entre os principais sintomas da condição, estão: dor abdominal ou nas costas, perda de apetite e perda de peso involuntária, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes claras, coceira na pele, indigestão e fadiga.
Dependendo do estágio da doença, o câncer de pâncreas pode ser tratado através de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.
Não há medidas específicas para prevenir o câncer de pâncreas, porém evitar o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a obesidade são boas alternativas para diminuir o risco da doença.

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Teste em pacientes voluntários

O estudo, que deve envolver mais de 700 participantes, já conta com pacientes diagnosticados com câncer de pâncreas que decidiram colaborar com o avanço da pesquisa.

Uma delas é Kay Jelley, de 64 anos, que recebeu o diagnóstico em estágio avançado. “Espero que o teste funcione e ajude outras pessoas no futuro”, afirmou.

A equipe também está recrutando pacientes com doenças não cancerígenas para comparar resultados e garantir a precisão do exame. As amostras de ar são coletadas em diferentes condições clínicas, o que ajuda a identificar marcadores químicos específicos do câncer pancreático.

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Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e é uma das quatro principais causas de morte antes dos 70 anos em diversos países. Por ser um problema cada vez mais comum, o quanto antes for identificado, maiores serão as chances de recuperação

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Por isso, é importante estar atento aos sinais que o corpo dá. Apesar de alguns tumores não apresentarem sintomas, o câncer, muitas vezes, causa mudanças no organismo. Conheça alguns sinais que podem surgir na presença da doença

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A perda de peso sem nenhum motivo aparente pode ser um dos principais sintomas de diversos tipos de cânceres, tais como: no estômago, pulmão, pâncreas, etc.

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Mudanças persistentes na textura da pele, sem motivo aparente, também pode ser um alerta, especialmente se forem inchaços e caroços no seio, pescoço, virilha, testículos, axila e estômago

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A tosse persistente, apesar de ser um sintoma comum de diversas doenças, deve ser investigada caso continue por mais de quatro semanas. Se for acompanhada de falta de ar e de sangue, por exemplo, pode ser um indicativo da doença no pulmão

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Outro sinal característico da existência de um câncer é a modificação do aspecto de pintas. Mudanças no tamanho, cor e formato também devem ser investigadas, especialmente se descamarem, sangrarem ou apresentarem líquido retido

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A presença de sangue nas fezes ou na urina pode ser sinal de câncer nos rins, bexiga ou intestino. Além disso, dor e dificuldades na hora de urinar também devem ser investigados

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Dores sem motivo aparente e que durem mais de quatro semanas, de forma frequente ou intermitente, podem ser um sinal da existência de câncer. Isso porque alguns tumores podem pressionar ossos, nervos e outros órgãos, causando incômodos

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Azia forte, recorrente, que apresente dor e que, aparentemente, não passa, pode indicar vários tipos de doenças, como câncer de garganta ou estômago. Além disso, a dificuldade e a dor ao engolir também devem ser investigadas, pois podem ser sinal da doença no esôfago

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Caminho até o uso clínico

Se os resultados forem positivos, os cientistas pretendem ampliar o estudo e testar o dispositivo em um número maior de pessoas, até que ele possa ser aplicado em unidades de saúde. A expectativa é que o exame sirva como ferramenta de triagem para pacientes com sintomas inespecíficos.

Para Nicola Williams, diretora de Pesquisa da Health and Care Research Wales, o potencial é enorme. “Este ensaio clínico inovador pode mudar o diagnóstico precoce do câncer de pâncreas, que ainda é descoberto tarde demais na maioria dos casos”, destacou no comunicado à imprensa emitido pelo sistema de saúde do País de Gales.

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