Um novo estudo aponta que o fundo do oceano está se partindo na região de Cascadia, no Pacífico Norte. No trabalho, os pesquisadores identificaram, pela primeira vez, uma placa tectônica se rompendo ativamente.
Esse processo marca o início do fim de uma zona de subducção, onde uma placa mergulha sob a outra e alimenta cadeias de vulcões e terremotos. No local em questão, as placas Juan de Fuca e Explorer estão se fragmentando sob a placa norte-americana.
O registro de uma placa tectônica se rompendo
Os cientistas explicam que as zonas de subducção são regiões profundas do planeta onde as placas oceânicas mergulham em direção ao interior da Terra, empurradas por forças tectônicas.
Com o tempo, no entanto, essas regiões podem enfraquecer e se romper.
Esse fenômeno muda a arquitetura do planeta e influencia a formação de novos continentes.
Segundo Brandon Shuck, geólogo da Universidade Estadual da Louisiana, nos Estados Unidos, e autor principal do estudo, essa é a primeira imagem clara de uma zona de subducção em vias de extinção.
As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Science Advances.
10.1126/sciadv.ady8347
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Ruptura pode estar acontecendo há milhões de anos
A descoberta foi feita a partir do envio de ondas sonoras do navio Marcus G. Langseth em direção ao fundo do mar. Os ecos retornaram a um cabo de escuta de 15 quilômetros de comprimento, revelando uma estrutura complexa sob o solo oceânico.
Ao analisar as imagens, os pesquisadores identificaram falhas, fendas e deslocamentos cortando as placas de Cascadia, algumas com dezenas de quilômetros de extensão. Esses são indícios de que o processo de ruptura está em curso há cerca de quatro milhões de anos.
De acordo com o estudo, o rompimento está ocorrendo no ponto de encontro entre três placas tectônicas, uma região conhecida como junção tripla, onde os movimentos se tornam mais instáveis. A microplaca Explorer, uma pequena fração da antiga placa oceânica de Farallon, está se desprendendo da litosfera adjacente.
Isso significa que a subducção pode estar chegando ao fim, e a região tende a se transformar em uma falha transformante, onde as placas deslizam lateralmente uma sobre a outra, como ocorre na Califórnia. Ainda segundo os cientistas, a ruptura permitira a ascensão de magma quente, o que explicaria novos vulcões observados no oeste do Canadá.
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