Tribunais de diversos países estão enfrentando um novo desafio: petições judiciais escritas com auxílio de inteligência artificial e recheadas de erros, incluindo citações de casos que nunca existiram.
O fenômeno, apontado por advogados e registros públicos, acende um alerta sobre os riscos de confiar cegamente nas ferramentas de IA, como mostra a Associated Press.
“Alucinações” jurídicas preocupam especialistas
Segundo o advogado e cientista de dados francês Damien Charlotin, pesquisador da HEC Paris, ao menos 490 petições com “alucinações” (informações falsas geradas por IA) foram registradas apenas nos últimos seis meses.
“Até mesmo profissionais experientes podem cair nessas armadilhas. A IA é maravilhosa, mas também perigosa”, afirmou.
Em alguns casos, como o de um advogado da MyPillow Inc. nos EUA, juízes chegaram a aplicar multas após identificar dezenas de citações incorretas.
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IA como assistente – não como substituta
Especialistas recomendam tratar a IA como um apoio de produtividade, e não como uma substituta para o julgamento humano. “Pense nela como uma ferramenta que melhora o fluxo de trabalho”, diz Maria Flynn, CEO da organização Jobs for the Future.
Ela ressalta a importância da verificação manual das respostas: “A IA pode confundir fatos, e cabe ao usuário conferir cada informação antes de confiar nela.” Além disso, advogados alertam para o cuidado com dados confidenciais e gravações automáticas de reuniões, que podem violar regras de privacidade.
O post Juízes alertam para o uso indevido da IA em petições judiciais apareceu primeiro em Olhar Digital.
 
								
 
															




