Último teste nuclear dos EUA causou terremoto no deserto

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retomar os testes de armas nucleares gerou uma preocupação global. O republicano afirmou que essa é uma resposta aos programas de países considerados ameaças, caso da Rússia e da China.

No anúncio, realizado nesta semana pelas redes sociais, o chefe da Casa Branca ainda disse que “o processo começará imediatamente”. O último teste do tipo realizado pelo país aconteceu em setembro de 1992.

Republicano anunciou a decisão em publicação nas redes sociais (Imagem: Brian Jason/Shutterstock)

Bomba gerou uma energia de cinco quilotons

No total, os Estados Unidos realizaram 1.054 testes com armamento atômico.

O último deles foi o Divider, conduzido pelo Laboratório Nacional de Los Alamos, em um deserto de Nevada, a menos de 160 km da cidade de Las Vegas.

Ele também foi o último na série de oito testes nucleares da Operação Julin, desenvolvida entre 1991 e 1992.

Durante o trabalho, a bomba atômica foi colocada em um poço com mais de 400 metros de profundidade e detonada no dia 23 de setembro de 1992.

A explosão provocou um terremoto de magnitude 4,4, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Estimativas indicam que a bomba gerou uma energia de 5 quilotons, o que equivale a 5 mil toneladas de TNT, cerca de um terço da bomba de Hiroshima.

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Bomba atômica foi colocada em um poço com mais de 400 metros de profundidade e detonada em 1992 (Imagem: Laboratório Nacional Los Alamos)

O que fez a Casa Branca abandonar os testes nucleares?

De acordo com informações do G1, o Divider não foi projetado para ser o último teste nuclear dos Estados Unidos. No entanto, com o fim da União Soviética, em 1992, o Congresso dos EUA começou a debater um projeto de lei para suspender a realização de experimentos.

Pouco mais de uma semana após o Divider, o então presidente George H. W. Bush assinou um memorando que suspendia os testes subterrâneos por nove meses, mas autorizava a realização de até outros 15 até setembro de 1996. No ano seguinte, o presidente Bill Clinton, que havia acabado de assumir a Casa Branca, renovou essa suspensão por tempo indeterminado.

Segundo Trump, testes serão retomados imediatamente (Imagem: Bordovski Yauheni/Shutterstock)

Já em 1996, dezenas de países assinaram o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT). O governo dos Estados Unidos assinou o acordo global, mas o texto nunca foi ratificado pelo Congresso. Isso significa que o país poderia retomar os testes nucleares, o que aparentemente vai acontecer a partir das declarações de Trump.

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