Entenda como funciona a seleção de astronautas para missões espaciais

O processo de seleção de astronautas segue critérios bem rigorosos. As agências espaciais, como a Nasa, avaliam a formação acadêmica, experiência prática e capacidade de trabalhar sob pressão.

Por isso, o objetivo é garantir que os candidatos tenham preparo completo para atuar em condições semelhantes às do espaço. As etapas de teste incluem várias avaliações médicas, psicológicas e comportamentais.

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Critérios para embarcar em missões espaciais

Para embarcar em missões espaciais, os candidatos precisam ter graduação nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, matemática, medicina ou biologia. A pós-graduação também conta pontos. Experiência prática em atividades operacionais também é exigida, já que boa parte do trabalho envolve manutenção e diagnóstico de sistemas a bordo.

Em alguns casos, é preciso comprovar horas de voo em aeronaves de alto desempenho, principalmente para quem atua como piloto. O engenheiro aeroespacial Gabriel Jardim Capparelli explica que os programas valorizam profissionais com vivência em situações de pressão, que saibam lidar com falhas técnicas e tomar decisões rápidas.

“É fundamental combinar o conhecimento acadêmico com a capacidade de aplicar soluções em situações imprevistas. A experiência prática, mesmo em laboratórios terrestres ou simulações de voo, é o que garante que a pessoa esteja pronta para agir com autonomia e rapidez no espaço”, afirma.

Principais critérios para a seleção de astronautas

Formação em áreas científicas, tecnológicas ou médicas.
Experiência prática em operações técnicas ou de pesquisa.
Excelente condição física e saúde comprovada.
Equilíbrio emocional e trabalho em equipe.
Domínio do inglês e habilidades de comunicação.

Testes físicos e psicológicos

Além do desempenho técnico, o controle emocional é um dos pontos mais observados na avaliação. Os testes têm simulações de isolamento, privação sensorial e resolução de problemas em grupo. O objetivo é identificar quem mantém o foco e a cooperação mesmo em situações de estresse prolongado.

Segundo o site oficial da Nasa, o treinamento dos futuros astronautas inclui mergulhos, simulações de voo e atividades em ambientes extremos, projetados para desenvolver habilidades de liderança, adaptação e resposta rápida a imprevistos.

“Os astronautas da Nasa passam por um treinamento muito estrito, que inclui desde o aprendizado em aviões a jato até exercícios debaixo d’água e simulações que reproduzem as condições da estação espacial”, explica a astrofísica brasileira Rosaly Lopes, da Nasa, em entrevista ao Metrópoles.

Esse tipo de avaliação é essencial porque a vida fora da Terra exige convivência constante e pouco contato com o mundo externo. Por isso, o equilíbrio psicológico é considerado tão importante quanto o preparo físico.

Astronautas da Nasa, Andre Douglas, Christina Birch e Deniz Burnham treinam sistemas de suporte à vida em uma réplica da câmara de descompressão da Estação Espacial Internacional no Centro Espacial Johnson

Mudanças no perfil dos candidatos

O avanço das missões comerciais e o uso de novas tecnologias têm mudado o tipo de profissional que chega às seleções. Além de pilotos e militares, hoje há espaço para engenheiros, médicos, cientistas e especialistas em computação e automação.

A demanda por profissionais com domínio em robótica e sistemas digitais cresceu com a modernização das naves e o aumento da autonomia das operações. O perfil atual valoriza astronautas capazes de lidar com grandes volumes de informação, operar equipamentos automatizados e realizar experimentos em microgravidade.

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