Sora 2 é acusada de violar direitos de obras de estúdios japoneses

O treinamento do Sora 2 estaria violando direitos autorais de conteúdos produzidos por estúdios japoneses. O alerta foi feito pela Content Overseas Distribution Association (CODA), entidade antipirataria que representa o Studio Ghibli, a Toei Animation e a Bandai Namco, em uma carta enviada à OpenAI, proprietária do modelo de inteligência artificial (IA).

“Grande parte do conteúdo produzido pela Sora 2 se assemelha muito a conteúdo ou imagens japonesas”, diz o comunicado da CODA, acrescentando que isso é resultado do uso de conteúdo japonês como dados de aprendizado de máquina — o ato de replicação pode constituir violação de direitos autorais, segundo a entidade. Na carta, a CODA fez dois pedidos à OpenAI:

No âmbito do projeto Sora 2, a CODA solicita que o conteúdo de seus membros não seja utilizado para aprendizado de máquina sem a devida autorização;

A OpenAI deve responder com seriedade às reclamações e consultas das empresas membros da CODA referentes à violação de direitos autorais relacionada aos resultados do Sora 2.

CODA contesta o sistema de exclusão automática do modelo Sora (Imagem: Algi Febri Sugita/Shutterstock)

Sora com sistema falho

Além disso, a entidade contesta o sistema de exclusão automática com base em solicitações de detentores de direitos autorais adotado pelo Sora 2. Nesse modelo, os proprietários devem notificar a OpenAI previamente sobre a proteção de suas obras, solicitando que não sejam incluídas no treinamento de modelos de IA.

No entanto, de acordo com o sistema de direitos autorais do Japão, a permissão prévia é geralmente necessária para o uso de obras protegidas por direitos autorais e não há um sistema que permita evitar a responsabilidade por violação por meio de objeções posteriores, explica a CODA.

“A CODA, em cooperação com suas empresas associadas, solicita que a OpenAI responda sinceramente, de forma a garantir tanto o desenvolvimento saudável da tecnologia de IA quanto a proteção dos direitos dos detentores de direitos autorais e dos criadores”, finaliza a carta.

Frame de vídeo produzido pelo Sora com base em estilo de um anime do Studio Ghibli (Imagem: OpenAI)

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Promessas

Há um mês, o CEO Sam Altman informou que a OpenAI daria aos detentores de direitos autorais “um controle mais preciso sobre a geração de personagens”.

A ideia é criar um sistema em que os proprietários possam especificar como seus personagens podem ser usados (ou de não serem usados de forma alguma). “Pode haver alguns casos extremos de gerações que não deveriam ser geradas, e fazer com que nossa estrutura funcione bem exigirá algumas iterações”, disse ele.

No mesmo comunicado, Altman chegou a destacar a produção criativa do Japão no Sora. “Ficamos impressionados com a profundidade da conexão entre os usuários e o conteúdo japonês”, afirmou o CEO, acrescentando que a empresa está aberta a feedbacks para tentar corrigir erros rapidamente.

Sam Altman prometeu “controle mais preciso” de detentores de direitos autorais (Imagem: Photo Agency/Shutterstock)

Lançado em 30 de setembro, o Sora 2 se tornou um fenômeno instantâneo, com mais de um milhão de downloads em menos de uma semana de estreia. O modelo de vídeo mistura fantasia, realismo extremo e humor em cenas improváveis, mas também hiper-realistas. Em outubro, a OpenAI foi alertada pela Motion Picture Association (MPA) sobre o uso indevido de produções de Hollywood sem autorização dos estúdios.

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