Rebelde! James Webb detecta planeta se comportando como uma estrela

Através do Telescópio Espacial James Webb (JWST), astrônomos encontraram o planeta errante Cha 1107-7626 devorando gás e poeira em um ritmo frenético. Geralmente, esse tipo de comportamento é observado em estrelas. Os pesquisadores ainda tentam compreender o motivo da ação do corpo celeste rebelde.

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O observatório astronômico Very Large Telescope (VLT), localizado no Chile, também ajudou na descoberta. Os resultados foram publicados na revista científica The Astrophysical Journal Letters no último domingo (2/11).

Não é incomum achar planetas errantes flutuando pelo espaço sem orbitar nenhuma estrela. No entanto, o Cha 1107-7626 chamou atenção por “se alimentar” em quantidades muito maiores do que seus irmãos, chegando a absorver 6,6 bilhões de toneladas por segundo de matéria. Esse fenômeno é classificado como explosão de acreção.

O rápido crescimento do corpo celeste errante também pode ajudar os cientistas a compreender melhor as diferenças entre fontes de luz e calor de planetas e estrelas.

“Nossa principal motivação para estudar esse tipo de objeto é entender se eles são antigos planetas que foram ejetados de seu sistema planetário ou se se formaram ‘isolados’ a partir do colapso gravitacional de material de nuvens moleculares, como as estrelas”, explica o autor principal do estudo, Víctor Almendros-Abad, em entrevista ao portal Live Science.

Apesar da grande quantidade de matéria absorvida, o comportamento do planeta errante não segue um padrão. O Cha 1107-7626 sempre se alimentou do disco de gás e poeira ao seu redor, mas em agosto, ele passou a “encher o prato”, comendo oito vezes mais rápido do que nos meses anteriores.

Como os surtos de absorção geralmente acontecem em estrelas jovens, os pesquisadores suspeitaram do comportamento do planeta. Ainda serão necessárias mais investigações para entender o motivo do aumento repentino de acreção de matéria.

“Um dos próximos passos também é entender com que frequência esses tipos de eventos ocorrem em ‘planetas errantes’. Isso nos dirá qual a importância dos eventos de acreção em sua evolução”, disse o astrônomo do Observatório Astronômico de Palermo, na Itália.

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