Ficar muito tempo em pé faz mal? Entenda os riscos

Todo mundo já ouviu falar que passar horas sentado faz mal, mas ficar muito tempo em pé também pode trazer problemas. Apesar de parecer uma postura inofensiva e até aparentemente mais saudável, permanecer parado por longos períodos atrapalha a circulação, causa inchaço nas pernas, dores musculares e, em casos mais sérios, pode levar a varizes ou trombose.

Neste artigo, você vai entender por que isso acontece e como se proteger desses efeitos.

Como o corpo reage ao ficar muito tempo em pé

Imagem: Shutterstock AI

Pesquisas recentes, como a publicada no International Journal of Epidemiology, mostram que ficar em pé por longos períodos não traz grandes benefícios ao coração e pode até aumentar o risco de problemas circulatórios, como insuficiência venosa e varizes.

Quando permanecemos em pé sem nos movimentar, o sangue tende a se acumular nas pernas por causa da gravidade, um fenômeno conhecido como estase venosa. Isso dificulta o retorno do sangue ao coração e faz com que as veias trabalhem sob maior pressão.

Com o tempo, essa sobrecarga pode causar inchaço, sensação de peso e dores musculares. Em casos mais graves, surgem as varizes e até o risco de coágulos, que podem levar à trombose. Além disso, ficar muito tempo parado pode reduzir o fluxo sanguíneo e provocar tontura ou queda de pressão.

Principais efeitos de ficar muito tempo em pé

ilustração mostrando veias e artérias das pernas

Inchaço e sensação de peso nas pernas: o acúmulo de sangue nos membros inferiores provoca edema, sensação de peso e desconforto.

Dores e fadiga muscular: manter o corpo ereto por longos períodos exige contração contínua dos músculos, causando dores nas pernas, costas e ombros.

Queda de pressão arterial (hipotensão ortostática): a permanência prolongada em pé reduz o retorno de sangue ao cérebro, podendo causar tontura e desmaios.

Infecções e inflamações nos membros inferiores: a má circulação compromete a imunidade local, aumentando o risco de úlceras varicosas e infecções de pele.

Maior risco de varizes e trombose: a pressão constante nas veias provoca dilatação e enfraquecimento das válvulas venosas, facilitando o surgimento de varizes e coágulos.

O que é trombose venosa profunda

Representação de trombose – Imagem: GEAP/Reprodução

A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição em que se formam coágulos de sangue nas veias profundas, geralmente nas pernas ou na pelve. Esses coágulos podem bloquear o fluxo sanguíneo, causando inflamação, dor e inchaço. Em casos mais graves, parte do coágulo pode se desprender e chegar aos pulmões, provocando uma embolia pulmonar, uma complicação potencialmente fatal.

O corpo possui dois tipos principais de veia: as superficiais, localizadas logo abaixo da pele; e as profundas, situadas entre os músculos e próximas aos ossos.

Quando o coágulo se forma em uma veia profunda, ele é chamado de trombo, e a condição recebe o nome de trombose venosa profunda. Já quando o problema ocorre em uma veia superficial, geralmente vem acompanhado de inflamação e é conhecido como tromboflebite superficial.

Principais causas e fatores de risco da trombose venosa

Imagem: Rabizo Anatolii / Shutterstock

Lesão nas veias: as veias podem ser danificadas durante cirurgias, traumas ou até por injeções com substâncias irritantes. Qualquer lesão na parede interna facilita a formação de coágulos.

Aumento da coagulação do sangue: doenças como câncer e distúrbios hereditários, além do uso de anticoncepcionais, hormônios e o tabagismo, aumentam a tendência à formação de coágulos, especialmente em pessoas idosas ou desidratadas.

Fluxo sanguíneo reduzido: o retorno do sangue ao coração depende da contração dos músculos das pernas. Quando ficamos muito tempo sem movimentá-las, seja sentados, deitados ou em pé sem andar, esse mecanismo é interrompido.

Por isso, pessoas acamadas, com mobilidade reduzida ou que passam longas horas em pé ou sentadas (como balconistas, caixas, professores e motoristas) têm maior risco de desenvolver trombose.

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Como prevenir os efeitos de ficar muito tempo em pé

Crédito: Joa Souza/Shutterstock

Para evitar os impactos negativos de permanecer em pé por longos períodos, é importante movimentar-se sempre que possível. Evite ficar imóvel por mais de 30 minutos: dê alguns passos, dobre os joelhos ou balance as pernas para estimular a circulação. Também é essencial fazer pausas regulares: se o trabalho exige que você fique em pé, alterne momentos sentado e pequenas caminhadas.

O uso de calçados confortáveis e bem ajustados ajuda a diminuir o impacto nas articulações e a reduzir a fadiga muscular. Além disso, praticar atividades físicas regularmente, pelo menos 30 minutos diários de exercícios moderados, ou 6 minutos de atividades intensas melhora a saúde cardiovascular e venosa.

Por fim, utilizar meias de compressão pode ser uma boa estratégia, pois elas facilitam o retorno venoso, diminuem o inchaço e ajudam a prevenir problemas como varizes e trombose.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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