Nas águas do rio Juruena, foi encontrada uma nova espécie de tetra (lambari). Batizado de Inpaichthys luizae, o peixe chama atenção pelas cores, tendo o corpo mesclado de laranja e preto. A descoberta foi descrita pelo ictiólogo Fernando Cesar Paiva Dagosta na revista Neotropical Ichthyology na última sexta-feira (7/11).
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O encontro do animal aconteceu por acaso: durante uma pescaria de aquarismo em Mato Grosso, um homem achou o peixe diferente e enviou exemplares para Dagosta. Após investigações morfológicas, o pesquisador confirmou se tratar de uma espécie inédita.
Com uma faixa escura que se estende do corpo até a cauda e nadadeiras com tons alaranjados, o peixe chama atenção no Juruena. Além disso, a nova espécie de tetra faz parte de uma linhagem “perdida” há muito tempo. De acordo com pesquisadores, originalmente o grupo era da região dos Andes (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) e se separou em algum momento, tomando o Brasil como nova casa.
Conservação do lambari
Por ser um peixe muito chamativo, o novo lambari é atrativo para ser comercializado em lojas de aquário. Por isso, o ictiólogo corre contra o tempo para descrever e registrar o nome oficial da espécie o mais rápido possível. “Com o nome científico, ele passa a ser uma espécie brasileira com direito à conservação”, explica Dagosta.
A situação atual do I. luizae ainda é classificada como “pouco preocupante”. No entanto, a exploração ornamental e as rápidas mudanças climáticas são fatores prejudiciais para o futuro.
Após o tetra, o pesquisador pretende encontrar novas espécies pelo rio Juruena, antes que a região seja devastada pela ação humana.
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