Cientistas da Universidade da Califórnia (UC Davis) identificaram uma relação significativa entre baixos níveis de colina — um nutriente essencial — e o aumento de casos de ansiedade. A pesquisa, publicada na revista Molecular Psychiatry, da Nature, sugere que ajustar o consumo desse nutriente, presente em alimentos como ovos, carnes e sementes, pode ajudar a equilibrar funções cerebrais e reduzir sintomas de ansiedade.
Nutriente essencial e o impacto no cérebro
A colina é uma substância vital para o funcionamento das células e para a produção de acetilcolina, neurotransmissor que influencia memória, humor e funções do sistema nervoso. O estudo analisou dados de 25 pesquisas com 370 pessoas diagnosticadas com algum transtorno de ansiedade e 342 indivíduos sem a condição.
Os cientistas observaram, por meio de exames de ressonância magnética espectroscópica, que os níveis de colina eram, em média, 8% menores no cérebro de pessoas com ansiedade, principalmente no córtex pré-frontal — área que controla emoções, comportamento e funções cognitivas. Embora a diferença pareça pequena, os pesquisadores destacam que, no cérebro, ela é significativa.
Níveis de colina são 8% menores no cérebro de pessoas com ansiedade (Imagem: SvetaZi/Shutterstock)
A deficiência de colina pode afetar a comunicação entre o córtex pré-frontal e a amígdala, região associada ao medo e ao estresse. Essa disfunção está relacionada a transtornos como ansiedade generalizada, fobia social e síndrome do pânico, que afetam cerca de 30% dos adultos nos Estados Unidos.
Alimentos ricos em colina e consumo ideal
Como o corpo humano produz apenas pequenas quantidades de colina, é necessário obtê-la por meio da alimentação. Segundo a UC Davis, cerca de 90% dos adultos não atingem a ingestão diária recomendada — 550 mg para homens e 425 mg para mulheres.
Entre os principais alimentos que contêm o nutriente estão:
Ovos e fígado bovino;
Carnes vermelhas e de frango;
Peixes como salmão;
Iogurte, batatas e grãos integrais;
Vegetais crucíferos, como brócolis e couve-flor.
Ovos são ricos em colina (Imagem: RHJPhtotos/Shutterstock)
Os pesquisadores destacam que a suplementação deve ser feita com cautela e apenas sob orientação médica, já que o estudo não confirma que o aumento do consumo de colina reduza diretamente a ansiedade. No entanto, eles ressaltam que a relação entre dieta e saúde mental ainda é subestimada e merece mais atenção.
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O avanço do uso de tecnologias de imagem, como a ressonância magnética espectroscópica, pode ajudar a identificar deficiências químicas no cérebro e abrir caminho para novas estratégias nutricionais no combate à ansiedade.
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