A cavalinha é umas plantas mais antigas do Universo. Ela existe há mais de 400 milhões de anos, desde a época dos dinossauros e, por isso, é alvo constante de estudos que tentam entender como era a vida no passado. Em investigação recente, pesquisadores descobriram uma nova pista ao focar na filtragem natural de água feita pelos vegetais através do caule.
Ao analisar exemplares de cavalinhas-lisas (Equisetum laevigatum), os cientistas perceberam que, de acordo com o movimento interno da água nas plantas, o líquido sofria uma filtração natural tão intensa que suas assinaturas de isótopos de oxigênio ficavam parecidas com as encontradas em meteoritos ou em objetos extraterrestres.
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As assinaturas de isótopos de oxigênio funcionam como uma impressão digital natural, auxiliando os pesquisadores a achar a origem e processos do objeto analisado. A descoberta liderada pela Universidade do Novo México (UNM), nos Estados Unidos, foi publicada no final de outubro nos Anais da Academia Nacional de Ciências (PNAS).
“O caule da cavalinha é um cilindro de um metro de altura com um milhão de furos igualmente espaçados. É uma maravilha da engenharia. Você não conseguiria criar nada parecido em um laboratório”, destaca o autor principal do estudo, Zachary Sharp, em comunicado.
As mudas para o estudo foram coletadas ao longo do Rio Grande, no Novo México (EUA). Os pesquisadores investigaram os valores dos isótopos de oxigênio tanto das partes inferiores quanto das superiores da planta.
Nas amostras que tinham mais concentração de isótopos, foram detectadas assinaturas diferentes de uma planta comum. “Se eu encontrasse essa amostra sem saber o que era, diria que é de um meteorito”, afirmou Sharp, durante a apresentação do trabalho na Conferência de Geoquímica Goldschmidt em Praga, na República Tcheca, em julho.
Fósseis da cavalinha
Além dos exemplares atuais, os fósseis da planta podem ajudar os cientistas de outra maneira: na composição de algumas cavalinhas antigas há fitólitos, partículas pequenas de sílica que retêm assinaturas isotópicas de milhões de anos. Ao analisá-las, pesquisadores podem compreender melhor como era o clima na época dos dinossauros, por exemplo. Novos estudos deverão ser realizados.
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