Muita gente tem o sonho de encontrar uma pílula mágica que permita ganhar os benefícios de fazer exercícios ao organismo sem precisar passar pelo esforço. Um estudo feito por pesquisadores chineses mostra que talvez estejamos mais perto disso do que você pode imaginar.
Um estudo publicado na edição de setembro da revista Cell identificou e foi capaz de criar uma versão sintética de uma molécula que reproduz efeitos associados à atividade física no organismo, o que poderia minimizar os efeitos do envelhecimento. A pesquisa foi conduzida pela Academia Chinesa de Ciências e pelo Hospital Xuanwu, na China.
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O grupo apontou a betaína, um aminoácido produzido nos rins, como o mensageiro que é enviado ao corpo como sinalizador do exercício físico praticado. O estudo indica que a substância ajuda a coordenar adaptações musculares que surgem com treino regular, ativando a rede de recuperação e reparo celular.
Embora esse composto seja muito encontrado em vegetais como beterraba e espinafre, não há indicações que os aminoácidos ingeridos tenham a mesma função daqueles que o corpo produz.
Como foi feita a pesquisa?
A equipe acompanhou 13 homens saudáveis por seis anos para avaliar os aminoácidos que eram produzidos em seus organismos. Os cientistas compararam dados coletados em repouso, após uma corrida de cinco quilômetros e após programa de corrida de 25 dias. As análises combinaram informações de genes, proteínas, metabólitos e microbiota intestinal.
Os resultados mostraram papel central dos rins na regulação da resposta ao exercício. O órgão elevou a produção de betaína durante o treinamento prolongado. A mudança ajudou a distribuir sinais associados à proteção celular e à redução de desgaste ligado ao avanço da idade.
O estudo também discutiu o paradoxo do exercício. Um treino curto desencadeou inflamação aguda e alterações rápidas no metabolismo. O treinamento contínuo restaurou equilíbrio e reforçou defesa imunológica muito graças, segundo os autores, à betaína.
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Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, exercitar-se ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente
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De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias
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Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como a musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga são indicadas para fortalecer ossos e músculos
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Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, auxilia no aumento da energia, e melhora o humor e o sono
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Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por, ao menos, meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes
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A massa muscular e óssea do corpo humano atinge o pico antes dos 30 anos. A partir dessa idade, começa um decaimento natural, ou seja, indivíduos que começam a se exercitar na juventude terão aumento da força óssea e muscular ao longo da vida
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Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor
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Molécula imitou efeito do exercício
Para avaliar se seria possível transformar a molécula em remédio, os pesquisadores criaram um programa para testar sua segurança em animais. Também nesse cenário, a administração isolada de betaína gerou respostas semelhantes às observadas no treinamento.
Testes em camundongos idosos mostraram melhora do metabolismo apenas com a administração do remédio, sem mudanças na quantidade de atividade física. A função cognitiva cresceu. O comportamento depressivo caiu. A inflamação sistêmica também diminuiu, especialmente no intestino. Os resultados sugerem ação coordenada entre órgãos. A morte celular causada pelo envelhecimento também foi reduzida.
“O composto pode ter potencial para pessoas que não conseguem praticar exercícios com frequência”, afirmaram os pesquisadores. A estratégia pode apoiar terapias que buscam envelhecimento saudável e prevenção de declínio funcional, mas ainda terá de passar por muitos testes antes de chegar ao público geral.
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