As missionárias Lúcia Lisboa, de 70 anos, e Cibele Lisboa, de 48, morreram na última quarta-feira (12/11) após complicações causadas pela malária. Mãe e filha haviam retornado recentemente de uma viagem internacional quando começaram a apresentar sintomas da doença.
Segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, Cibele buscou atendimento médico em 9 de novembro e recebeu medicação antes de ser liberada. A piora do quadro ocorreu dois dias depois, o que levou à transferência para o Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre, onde morreu horas mais tarde.
No caso de Lúcia, os primeiros sintomas apareceram em 8 de novembro. Ela buscou atendimento em uma unidade de saúde em São Paulo, mas não resistiu à evolução da doença. Mãe e filha morreram no mesmo dia, com poucas horas de intervalo, e foram sepultadas na quinta feira (13/11) na capital paulista.
Os exames confirmaram infecção pelo Plasmodium falciparum, parasita associado às formas mais graves de malária. A transmissão ocorre exclusivamente pela picada do mosquito Anopheles infectado, o que reforça a suspeita de exposição durante a escala.
O que é a malária?
A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos ao ser humano pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Anopheles, conhecido como mosquito-prego
Os sintomas incluem febre, fraqueza intensa, confusão mental, convulsões, dificuldade para respirar, queda de pressão e sangramentos. Nos casos mais graves há risco de morte.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a maior parte dos casos ocorre na região amazônica, que abrange estados como Amazonas, Pará, Acre, Rondônia e Roraima.
O tratamento da doença é simples, eficaz e gratuito. No entanto, o diagnóstico e o início rápido do tratamento são essenciais para evitar complicações graves.
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Escala na Angola é investigada
Lúcia e Cibele viajaram juntas para a Europa. Elas voltavam para o Brasil quando o voo fez uma escala não prevista na Angola. As primeiras informações apontam que elas permaneceram cerca de cinco horas no aeroporto do país africano, período em que podem ter sido expostas ao mosquito transmissor.
A Prefeitura de Pouso Alegre (MG) informou que só deve conversar com a família depois do período de luto para esclarecer detalhes do trajeto e entender melhor o que aconteceu durante a viagem.
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