A Bitfarm, uma das maiores empresas de mineração de bitcoin, anunciou que irá direcionar parte significativa de suas operações para serviços de data center com foco em inteligência artificial até 2027.
A companhia opera hoje 12 unidades dedicadas à mineração e possui 341 megawatts (MW) de capacidade energizada — estrutura que poderia ser convertida para acomodar servidores Nvidia GB300 NVL72.
“Estamos avançando na estratégia de infraestrutura HPC/IA e planejamos converter nossa unidade em Washington para suportar servidores Nvidia GB300 com resfriamento líquido”, afirmou o CEO Ben Gagnon ao Decrypt.
Segundo ele, mesmo representando menos de 1% do portfólio atual, a iniciativa pode gerar mais receita operacional do que a mineração de Bitcoin já produziu.
Pressão financeira e busca por alternativas
A mudança ocorre após a empresa registrar prejuízo líquido de US$ 46 milhões no terceiro trimestre, aumento de 91% em relação ao ano anterior.
Apesar da recente alta do Bitcoin, sua volatilidade continua afetando a estabilidade financeira da mineradora.
Além disso, o desempenho abaixo do esperado das novas máquinas T21 levou a uma redução de 14% na projeção de hashrate para 2025.
A Bitfarm também converteu um empréstimo de US$ 300 milhões da Macquarie em financiamento para expandir o data center de Panther Creek, na Pensilvânia, que poderá alcançar 350 MW de capacidade.
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Aposta na IA traz potencial — e riscos
Com 341 MW já energizados, a empresa evita o gargalo energético que atinge hiperescaladores como a Microsoft.
No entanto, especialistas alertam que a forte dependência do setor de IA — considerado por muitos uma possível bolha — pode ampliar os riscos financeiros da companhia em caso de retração do mercado.
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