Nesta quarta-feira (19), a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, anunciou que a Alemanha fará um aporte de € 1 bilhão (R$ 6,1 bilhões, na conversão direta) ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) (saiba o que é o TFFF mais abaixo).
O anúncio vem dois dias após polêmica protagonizada pelo chanceler federal alemão, Friedrich Merz, criticar e desqualificar Belém (PA), cidade onde a COP30 está sendo realizada.
Silva declarou, no fim da tarde desta quarta-feira (19), que “tivemos a alegria de ver a Alemanha anunciar o seu aporte”. Ela também atribuiu o aditivo “a todo o esforço que vem sendo feito e em demonstração de que, de fato, esse instrumento de financiamento global é muito bem desenhado, muito bem estruturado e começa a dar as respostas esperadas“.
“Nós estamos convencidos que o TFFF é uma excelente ideia” disse o ministro do Meio Ambiente da Alemanha e representante do país na COP30, Carsten Schneider, ao presidente Lula em Belém (PA).
Na “pré-COP30”, a chamada Cúpula dos Líderes, realizada entre os dias 6 e 7 de novembro, a Alemanha até sinalizou apoio ao fundo, mas não tinha confirmado o valor até então. Ainda assim, Merz havia declarado que o país buscava oferecer uma contribuição “considerável“. “Se a Alemanha diz que é considerável, será considerável”, completou, frisando isso três vezes em coletiva de imprensa.
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O que é o TFFF?
O fundo é uma proposta conjunta de Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo, três países que concentram as maiores florestas tropicais do planeta. A iniciativa também tem o apoio de organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI);
Segundo o Itamaraty, a meta do TFFF é garantir a preservação de pelo menos 80% das florestas tropicais até 2050;
O mecanismo prevê a criação de um fundo patrimonial que gere rendimentos permanentes, evitando a dependência de doações pontuais;
Os recursos deverão ser usados em projetos de redução do desmatamento, recuperação de áreas degradadas e promoção de atividades econômicas sustentáveis.
A proposta do TFFF foi apresentada inicialmente durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), em setembro, e vem sendo articulada desde então em reuniões multilaterais.
O governo brasileiro tem destacado que o fundo deve representar uma nova etapa na cooperação internacional para o clima, baseada em parcerias duradouras e na corresponsabilidade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
No último dia 6, durante a Cúpula dos Líderes, o governo do Brasil anunciou que ao menos 53 países já demonstraram apoio ao fundo, além de que já garantiu 50% dos recursos de 2026.
Agora, além do aporte alemão, o TFFF possui compromissos de Brasil (US$ 1 bilhão/R$ 5,3 bilhões), Noruega (US$ 3 bilhões/R$ 15,9 bilhões), Indonésia (US$ 1 bilhão/R$ 5,3 bilhões) e França (US$ 500 milhões/R$ 2,6 bilhões).
E como foi a indisposição entre chanceler da Alemanha e Brasil?
Na fala desta semana que causou polêmica no governo brasileiro na COP30, Merz comparou Brasil e Alemanha, dizendo que a delegação de seu país ficou contente em deixar Belém (PA). Um porta-voz do governo local já indicou que o chanceler não vai se desculpar.
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