A relação entre Donald Trump e Jensen Huang, CEO da Nvidia, deixou de ser apenas uma curiosidade do mundo dos negócios para se tornar um eixo central da estratégia tecnológica e diplomática dos Estados Unidos, como explica o New York Times.
Em discursos recentes – tanto na Coreia do Sul quanto em Washington – Trump fez elogios públicos ao executivo, enquanto Huang retribuiu creditando ao presidente o impulso regulatório que acelerou investimentos em inteligência artificial.
Chips como ferramenta de política externa
A ascensão da Nvidia ao topo do mercado global transformou seus chips em ativos geopolíticos.
Documentos e relatos internos indicam que o governo Trump passou a usar a tecnologia da empresa como alavanca diplomática, inclusive em negociações de paz.
Após mediar um acordo entre Armênia e Azerbaijão, autoridades americanas discutiram com ambos os países parcerias em IA e infraestrutura digital impulsionadas por hardware da Nvidia.
O modelo se repetiu no Cazaquistão, que além de aderir aos Acordos de Abraão, fechou um projeto de US$ 2 bilhões para data centers baseados nos chips da empresa.
Para diplomatas, a IA tornou-se o “novo Boeing”: um instrumento estratégico para reforçar alianças e influenciar rivais.
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Interesses cruzados e limites da parceria
Para Huang, o alinhamento com Trump garante acesso a decisões cruciais: de exportações para a China a subsídios para fabricação doméstica. A promessa da Nvidia de investir US$ 500 bilhões nos EUA fortaleceu ainda mais o laço. Mas episódios recentes, como a pressão para restringir vendas de chips avançados a Pequim, revelam os limites da aproximação.
Ainda assim, Huang insiste: vencer a corrida da IA é vital, e manter os EUA na liderança, mais ainda.
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