Pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte realizaram um estudo que foi publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology: Global, e constatou que a barata alemã, que carrega uma grande quantidade de bactérias no intestino, pode liberar substâncias nocivas chamadas endotoxinas em suas fezes, além de alérgenos, o que eleva o risco de asma e reações alérgicas para as pessoas que vivem no ambiente afetado.
Os especialistas descobriram que quanto mais baratas houver em uma residência, maior será o nível de alérgenos e endotoxinas no local. Foi notado que a partir do momento em que é feito um controle de pragas, reduzindo a quantidade do inseto no ambiente, os níveis dessas substâncias nocivas também caem.
Leia mais:
Alemanha aposta em baratas espiãs para renovar defesa militar
Existe uma planta que pode acabar com as baratas
Baratas mordem humanos? Entenda os riscos desse contato inusitado
Imagem: RHJPhtotos – Shutterstock
Destaques do estudo
Por meio de testes cutâneos, realizados na pele de pessoas com alergia, foi possível notar que os alérgenos são encontrados em 85% das casas que ficam em áreas urbanas centrais nos EUA. Além disso, 80% das crianças acometidas pela asma têm sensibilidade a esses alérgenos.
Mais de 20 tipos de alérgenos soltos no ar são produzidos pelas baratas e espalhados por elas enquanto se movem. Esses insetos também deixam toxinas bacterianas, as endotoxinas, no ar.
As endotoxinas ficam no ar e podem resultar em inflamações em todo o corpo das pessoas. Outro ponto é que elas são capazes de gerar dores de cabeça, febre, irritação no nariz, pulmões, garganta e até mesmo chiado no peito.
Imagem: RHJPhtotos/Shutterstock
Como foi realizado o estudo
O estudo foi feito em casas localizadas em conjuntos habitacionais de baixa renda na Carolina do Norte. Muitas delas tinham infestação de baratas e outras não. Assim, os pesquisadores fizeram comparações entre o tamanho estimado da infestação de baratas com níveis de alérgenos e endotoxinas nos lares infestados.
As residências que estavam infestadas tinham níveis altos de endotoxinas, mas um detalhe chamou a atenção: as fêmeas tinham aproximadamente 2.900 unidades de endotoxina por miligrama, um número superior ao dobro dos níveis presentes nas fezes dos machos, que têm 1.400.
Cada fêmea, em média, liberava aproximadamente 5.000 unidades de endotoxina diariamente nas fezes. Já o macho soltava aproximadamente 750 por dia. Isso se deve ao maior consumo de alimentos por parte das fêmeas. Esse detalhe também está ligado ao fato de as baratas estarem mais presentes na cozinha, que é justamente o local onde há mais comida.
Imagem: Estúdio Romântico / Shutterstock
No estudo, os pesquisadores também dividiram em dois grupos as casas infestadas por baratas. Um deles passou pelo controle de pragas, já o outro não. Casas sem baratas também foram incluídas.
Então, foi medida a quantidade de baratas de cada local e coletadas as amostras de poeira do chão e do ar durante três e seis meses. Assim, foi constatado que as casas com infestações e que não passaram pelo controle de pragas tiveram níveis muito altos de alérgenos e endotoxinas. Já as residências nas quais foram feitas ações para retirar os insetos, obtiveram sucesso na eliminação do bicho e seus alérgenos, além de uma grande queda na quantidade de endotoxinas.
Novos estudos devem ser realizados no futuro
Apesar das descobertas, os pesquisadores precisam de mais tempo de estudo para entender todos os resultados obtidos. Para isso, devem investigar a relação direta entre as endotoxinas das baratas e a asma em modelos de camundongos.
O post Alerta! Essa barata libera substâncias nocivas no ar apareceu primeiro em Olhar Digital.





