A Nvidia voltou a superar expectativas e acalmou parte dos temores que vinham pressionando o mercado, como explica a Bloomberg.
A gigante dos chips reportou um salto de 62% na receita do trimestre encerrado em outubro, alcançando US$ 57 bilhões — dos quais mais de US$ 51 bilhões vieram da divisão de data centers de IA, que cresceu 66%.
As projeções para o quarto trimestre, na casa dos US$ 65 bilhões, também vieram acima das estimativas e impulsionaram as ações em cerca de 4% no after-market.
“Tem-se falado muito sobre uma bolha da IA. Do nosso ponto de vista, vemos algo muito diferente”, afirmou o CEO Jensen Huang. Ele disse que as vendas dos sistemas Blackwell estão “fora de controle” e que as GPUs para nuvem “estão esgotadas”.
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Mercado dividido entre euforia e cautela
Mesmo com os resultados excepcionais, parte de Wall Street mantém receio de uma possível superavaliação do setor.
O S&P 500 acumulou quatro quedas consecutivas em meio às dúvidas sobre o retorno dos investimentos em IA.
Analistas lembram paralelos com o boom das pontocom dos anos 1990, quando a euforia antecedeu um colapso que afetou empresas e investidores.
Ainda assim, especialistas apontam que a Nvidia segue em um patamar distinto. “As avaliações de alguns segmentos precisavam de uma pausa, mas a Nvidia não está nesse grupo”, disse Matt Britzman, da Hargreaves Lansdown.
Pressões geopolíticas e acordos bilionários
A empresa também enfrenta restrições dos EUA para exportar chips avançados à China. A CFO Colette Kress afirmou que as barreiras regulatórias são um entrave e que a Nvidia segue “comprometida com o diálogo contínuo” com Washington e Pequim.
Huang, que participou de evento em Washington ao lado de Elon Musk, anunciou um megacomplexo de data centers na Arábia Saudita equipado com centenas de milhares de chips Nvidia — parte de uma rede de investimentos bilionários que inclui acordos entre OpenAI, Anthropic e xAI.
E se esses arranjos reforçam o peso da Nvidia no ecossistema, também alimentam o debate sobre o risco de uma bolha alimentada por acordos “circulares”, como apontam investidores do setor.
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