Teletransporte quântico entre fótons diferentes dá certo pela 1ª vez

De forma inédita, pesquisadores alemães conseguiram dar mais um passo na busca pela implementação da internet quântica no futuro, um sistema que promete ser muito mais seguro que a rede mundial de computadores atual. Os cientistas conseguiram teletransportar um estado quântico entre fótons produzidos por fontes de luz distintas.

O estudo liderado pela Universidade de Stuttgart, na Alemanha, foi publicado na revista científica Nature Communications na última segunda-feira (17/11).

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O estado quântico é a informação presente dentro da partícula – nesse caso, o fóton. Ou seja, ao teletransportar o estado quântico entre fótons, a informação de uma partícula é levada até a outra.

A descoberta marca um avanço importante porque uma das grandes dificuldades em levar o estado quântico entre fótons é que a informação pode perder força no caminho e não chegar ao destino final de forma correta. Na internet atual, esse problema é resolvido amplificando o sinal, mas no mundo quântico é bem mais complexo resolver o problema.

Para amplificar informações quânticas, é necessário o uso de fontes de luz capazes de produzir fótons praticamente idênticos. Por isso, os pesquisadores contaram com a ajuda dos pontos quânticos — nanopartículas semicondutoras com capacidade de emitir fótons quase idênticos.

Ao utilizar dois pontos quânticos distintos, os cientistas conseguiram teletransportar um estado quântico entre fótons diferentes.

“Transferir informações quânticas entre fótons de diferentes pontos quânticos é um passo crucial para superar distâncias maiores”, afirma o coautor do artigo, Peter Michler, em comunicado.

Para a transferência, eles utilizaram um cabo de fibra óptica padrão, usado na rede de internet atual. Isso significa que para colocar a internet quântica em funcionamento não será necessário a criação de novos materiais mais custosos.

Atualmente, a web quântica está na fase de construção e desenvolvimento, mas especialistas estimam que ela será o futuro da internet, sendo um sistema bem mais seguro contra hackers e com criptografia avançada.

Ainda serão necessários mais estudos para saber o quanto da tecnologia atual pode ser aproveitado na implementação futura da web quântica. “Realizar este experimento tem sido uma ambição de longa data — esses resultados refletem anos de dedicação e progresso científico. É empolgante ver como experimentos focados em pesquisa fundamental estão dando seus primeiros passos rumo a aplicações práticas”, exalta o coautor do artigo, Simone Luca Portalupi.

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