A gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática, é caracterizada pelo acúmulo de lipídios nas células do órgão. O problema costuma aparecer em pessoas com sobrepeso, sedentarismo, resistência à insulina ou que fazem consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Embora seja silenciosa na maioria dos casos, a condição pode evoluir para inflamação e comprometer a saúde hepática a longo prazo. A alimentação exerce papel central no tratamento.
Dietas ricas em vegetais, frutas, proteínas magras e fontes de gordura boa ajudam o fígado a metabolizar melhor a glicose e a gordura que circula no sangue. A perda de peso gradual, associada à prática regular de exercícios, também é uma das medidas mais eficazes para reduzir a esteatose.
Especialistas ouvidos pelo Metrópoles listaram os três melhores chás que podem contribuir a diminuição da gordura do fígado, quando usados de forma complementar ao tratamento indicado pelo médico. Confira!
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Chá verde
O chá verde se destaca pela presença de catequinas, especialmente a EGCG, molécula antioxidante que reduz processos inflamatórios ligados ao fígado gorduroso. Essas substâncias ajudam o organismo a lidar melhor com o acúmulo de gordura nas células hepáticas e favorecem o ajuste da sensibilidade à insulina, mecanismo essencial para controlar a esteatose.
“O chá verde pode melhorar marcadores hepáticos e ainda contribuir para o controle de peso, o que é uma das estratégias mais eficazes para reverter a esteatose”, explica o médico pós-graduado em nutrologia Felipe Gazoni, de São Paulo.
O modo de preparo influencia na qualidade do chá. Por isso, a água deve estar quente, mas não fervendo, para evitar a perda das catequinas. Assim que aparecer um vapor leve, é só desligar o fogo e deixar em infusão por dois a três minutos. Também é melhor consumir longe do leite, que reduz a absorção dos compostos.
Chá de cúrcuma
O chá de cúrcuma é associado ao alívio de processos inflamatórios no organismo, algo relevante para quem tem alterações ligadas ao fígado. A presença de curcumina, o principal composto da especiaria, também ajuda o corpo a responder melhor à glicose, fator importante para quem apresenta dificuldade em metabolizar açúcar e gordura.
A bebida pode ser preparada com a raiz fresca ralada ou com o pó, sempre misturados à água quente, não sendo necessário deixar ferver. Uma pitada de pimenta-do-reino favorece a absorção da curcumina e, se desejado, a adição de um pouco de gordura boa, como azeite, ajuda o organismo a aproveitar melhor a substância.
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A esteatose hepática é popularmente conhecida como gordura no fígado
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A condição de gordura no fígado acomete 30% da população mundial
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Alterações na função hepática podem provocar distúrbios do sono, como insônia, sonolência diurna e ciclos de descanso irregulares
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No início, as manifestações costumam ser inespecíficas, como cansaço, fraqueza, perda de apetite, náuseas, sensação de inchaço abdominal ou desconforto do lado direito do abdome
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Chá de boldo
O boldo reúne substâncias que ajudam o sistema digestivo a funcionar melhor e aliviar a sensação de estômago pesado após as refeições. Entre elas está a silimarina, conhecida por proteger as células do fígado contra agressões do dia a dia, tornando a planta útil como apoio em casos de sobrecarga hepática.
Para o preparo do chá, aqueça a água até começarem a ver bolhas, desligue o fogo e acrescente as folhas. A infusão precisa de dois a três minutos para liberar o aroma e os compostos da planta. Prolongar o tempo pode deixar o gosto excessivamente amargo.
“Apesar do boldo ser tradicionalmente associado ao fígado, a silimarina tem ação mais hepatoprotetora do que regeneradora. Por isso, ela pode reduzir danos oxidativos das células hepáticas, mas não reconstrói o fígado”, destaca a nutricionista Thays Pomini, de São Paulo.
Contraindicações dos chás
Mesmo naturais, os três chás podem causar efeitos indesejados ou interferir em tratamentos. As principais situações que exigem atenção são:
Interações com medicamentos: estatinas, anticoagulantes, hipoglicemiantes e anti-hipertensivos podem ter seu efeito alterado.
Chá verde em excesso: pode irritar o fígado de pessoas sensíveis devido à cafeína e ao alto teor de EGCG.
Boldo em grandes quantidades: já houve relatos de toxicidade hepática com uso prolongado.
Cúrcuma em doses altas: pode alterar a coagulação, especialmente em quem usa anticoagulantes.
O uso dos chás é complementar e não substitui medidas essenciais, como reeducação alimentar, atividade física regular e perda de peso gradual. As mudanças no estilo de vida continuam sendo o caminho mais eficaz para melhorar a saúde do fígado.
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