3I/Atlas: estudo aponta que cometa irá mudar após passar por Júpiter

O 3I/Atlas nem passou pela Terra e os cientistas já estão de olho nas próximas “visitas” que o cometa fará em nosso Sistema Solar. Em estudo mais recente, pesquisadores indianos revelaram que a trajetória do objeto pode ser alterada ao passar por Júpiter, mas esse encontro só acontecerá em 2026.

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A pesquisa foi liderada pelo Laboratório de Pesquisa Física, em Ahmedabad, na Índia. Os resultados foram publicados em versão pré-print no arXiv em 20 de novembro.

Para a dupla de pesquisadores, o corpo espacial sofreu perturbações em outubro, quando passou por Marte, e passará por mais outras quando se aproximar de Júpiter. Os impactos poderão alterar a trajetória no 3I/Atlas futuramente.

“O efeito de Júpiter será maior devido ao fato de o cometa estar passando muito perto do raio de Hill – região de influência gravitacional – de Júpiter. Poderá haver uma perturbação mais forte vinda de Júpiter em comparação com Marte”, ressaltam os cientistas no artigo.

Estima-se que o cometa chegará ao gigante gasoso em março de 2026, possibilitando uma boa observação através da sonda Juno, da Nasa. O período de observação ideal em Júpiter será entre 9 e 22 do terceiro mês do ano que vem.

Após a visita, a expectativa é que o objeto se afaste do Sistema Solar, porém a influência de Júpiter o mandará em direção ao hemisfério celeste norte, rumo à constelação de Gêmeos – uma trajetória distinta do que se esperava. Pelo menos é o que apostam os cientistas da Índia.

3I/Atlas: o cometa intrigante

Descoberto em 1º de julho, rapidamente o 3I/Atlas virou o “centro das atenções” da comunidade científica. Com características peculiares, muitas especulações sobre a origem dele foram levantadas, chegando a surgir ideias que tratava-se de uma nave alienígena e não um cometa – teoria refutada pela maioria dos especialistas, com base em evidências mais robustas apresentadas.

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O 3I/ATLAS é de origem externa ao Sistema Solar

Divulgação/Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/K. Meech (IfA/U. Hawaii)2 de 4

Fenômeno pode permitir o primeiro registro direto de um cometa interestelar por espaçonaves humanas

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Simulações indicam que a cauda do 3I/ATLAS pode cruzar a rota de duas sondas espaciais em 2025

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Gráfico ilustra o percurso do cometa 3I/ATLAS

Bolin et al., arXiv , 2025

O 3I/Atlas é apenas o terceiro cometa interestelar – objeto vindo de fora do Sistema Solar – a ser encontrado. Antes dele, também foram identificados o 1I/’Oumuamua, em 2017, e o 2I/Borisov, descoberto em 2019.

Antes de chegar ao local que poderá alterar sua trajetória, o cometa vai dar uma “passadinha” nos céus do nosso planeta, atingindo seu ponto mais próximo da Terra em 19 de dezembro. No momento de maior aproximação, o objeto deve chegar a cerca de 270 milhões de km de nós, possibilitando observações mais precisas. Sem equipamentos apropriados, será difícil a avistá-lo.

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