O Google deu um grande e importante passo para retomar a frente na corrida da IA com o lançamento do chip Ironwood e do novo modelo Gemini 3, desenvolvidos para entregar mais desempenho e eficiência.
A Alphabet reuniu tecnologia poderosa e parcerias estratégicas para reforçar sua presença na nuvem e na inteligência artificial – um movimento que empolgou boa parte do mercado, segundo a CNBC.
Chip Ironwood e modelo Gemini 3 marcam a nova aposta do Google em desempenho e eficiência na corrida global da inteligência artificial. Imagem: daily_creativity / Shutterstock.com
Por trás do Gemini 3 e do Ironwood
O Gemini 3, novo modelo de IA do Google, chama atenção por precisar de menos instruções e oferecer respostas mais inteligentes e diretas. Já o Ironwood, a sétima geração de TPUs da empresa, foi criado para lidar com modelos gigantes de dados com muito mais eficiência – exatamente o tipo de avanço que usuários e investidores esperam ver em um momento tão competitivo.
Essa combinação marca um ponto de virada para a Alphabet, que, depois de alguns tropeços com produtos anteriores, parece finalmente ter juntado as peças certas para voltar a disputar a liderança da inteligência artificial.
Estratégia que entusiasmou o mercado
O mercado financeiro sinalizou entusiasmo imediato. As ações da Alphabet subiram mais de 5% logo após os anúncios, além de um avanço de 8% na semana anterior. Para completar, a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, revelou possuir US$ 4,3 bilhões (R$ 23 bilhões) em ações da empresa.
O CEO da Salesforce, Marc Benioff, resumiu bem o impacto do novo modelo. “O salto é incrível… parece que o mundo mudou, de novo”. Ele contou que usou o ChatGPT por anos, mas que duas horas com o Gemini 3 foram suficientes para não querer voltar atrás.
A vantagem do Google no estoque de dados
No mundo da IA, dados são literalmente o combustível – e o Google tem um arsenal difícil de competir. O YouTube, por exemplo, garante à empresa uma base gigantesca de vídeos que ajuda a treinar modelos de imagem e vídeo, oferecendo uma vantagem especialmente relevante na corrida por IAs multimodais.
A quantidade de vídeos e dados atuais que o Google possui é uma enorme vantagem competitiva. Não vejo como a OpenAI e a Anthropic podem superar isso.
Mike Gualtieri, vice-presidente e analista principal da Forrester Research, à CNBC.
Segundo ele, essa infraestrutura permite que o Google otimize seus modelos para rodarem ainda melhor em seus chips internos, fortalecendo a unidade de nuvem – uma das grandes apostas da empresa na expansão da IA para clientes corporativos.
O desafio de manter a liderança
Apesar do avanço animador, a disputa está longe de ser tranquila. A Anthropic, por exemplo, lançou o modelo Opus 4.5, que pressiona ainda mais quem está na frente. A OpenAI também mantém seu ritmo: continua aprimorando o GPT-5 para torná-lo mais eficiente, mais natural e mais fácil de usar no dia a dia.
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Mas criar modelos desse porte não é barato – e especialistas lembram que está ficando cada vez mais difícil justificar investimentos tão altos. No caso do Google, a empresa precisará dobrar sua capacidade de atendimento a cada seis meses para acompanhar a demanda crescente.
Mesmo assim, as apostas continuam elevadas. Com seus chips, sua nuvem e seus modelos de IA integrados, a Alphabet tem condições reais de virar o jogo… mas só se conseguir sustentar esse ritmo acelerado sem perder a consistência no caminho.
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