Modelos de linguagem baseados em inteligência artificial (IA) conseguem responder a praticamente qualquer pergunta, mas muitas vezes de forma imprecisa.
Para ajudar usuários e desenvolvedores a avaliar melhor esses sistemas, pesquisadores da Universidade Ruhr de Bochum e da Universidade Técnica de Dortmund propõem um modelo com seis dimensões de confiabilidade aplicáveis a humanos, instituições, máquinas e sistemas de IA.
O trabalho, assinado por Carina Newen, Emmanuel Müller e Albert Newen, foi publicado na revista Topoi.
Seis dimensões para entender a confiabilidade
Os autores defendem que a confiabilidade não deve ser vista como um simples “sim ou não”, mas como um perfil composto por critérios específicos.
Entre eles estão a funcionalidade objetiva, que avalia se o sistema executa bem sua tarefa; a transparência de seus processos; e a incerteza dos dados e modelos, que envolve segurança, vieses e qualidade das informações usadas no treinamento.
O modelo também considera o grau de incorporação física ou virtual, o nível de imediatismo na interação com o usuário e o possível compromisso que o sistema pode ou não assumir.
Segundo os pesquisadores, tecnologias atuais (como chatbots e veículos autônomos) ainda mostram fragilidades significativas em várias dessas dimensões.
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Caixa-preta, vieses e riscos de confiança excessiva
Do ponto de vista técnico, a falta de transparência continua sendo um dos maiores entraves. “O deep learning faz coisas impressionantes, mas seus processos ainda são uma caixa-preta”, afirma Müller. Já Carina Newen destaca que vieses presentes em dados de treinamento são facilmente reproduzidos.
Na análise filosófica, Albert Newen alerta que sistemas como o ChatGPT podem gerar respostas convincentes, mas imprecisas, reforçando a necessidade de uso crítico.
Para ele, criar vínculos de confiança com um chatbot pode ser arriscado, já que esses sistemas não têm obrigações reais com o usuário.
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