A Avianca teve 70% de sua frota afetada por uma atualização de software requerida pela Airbus. Em 28 de novembro, a fabricante anunciou um recall para quase 6 mil aeronaves com um software vulnerável à radiação solar. Desde então, a companhia aérea colombiana já vem implementando a correção em seus aviões.

Esse recall ocorreu após a falha em um voo da JetBlue, que voava de Cancún à Newark, cidade próxima à Nova York, no final de outubro. Sem intervenção dos pilotos, o avião teve uma perda repentina de altura devido a uma explosão solar, fenômeno em que uma intensa ejeção de energia do Sol atinge a Terra e pode afetar sistemas de telecomunicação e aviação. Cerca de 15 pessoas ficaram feridas, e a equipe teve de pousar a aeronave em Tampa, na Flórida.

A Avianca anunciou já ter atualizado o software de 51% de sua frota de A320 e prevê concluir o processo nos próximos dias. Durante esse procedimento técnico, a companhia suspendeu as vendas até 8 de dezembro e está oferecendo aos passageiros afetados a possibilidade de reacomodação, seja em voos da própria empresa ou de aéreas parceiras (conheça todas neste link).

Caso essas opções não se ajustem aos planos de viagem do cliente, a companhia possibilita:

Remarcar a data do voo pelo Contact Center, sem cobrança de multa ou diferença tarifária. A nova viagem pode ser agendada para até 180 dias após a data original, conforme disponibilidade.
Solicitar reembolso dos trechos não utilizados, por meio do site oficial, do Contact Center, das lojas da Avianca ou na agência de viagens onde foram compradas as passagens.

A empresa recomenda verificar os comunicados enviados ao e-mail associado à reserva ou pelos canais oficiais, além de consultar o status do voo no site. Caso o voo não esteja confirmado, o passageiro deve evitar se deslocar até os aeroportos.

O modelo A320 faz parte de uma família que incluiu A318, A319, A320 e A321. Somados, são cerca de 11,3 mil aviões pelo mundo, sendo 6.440 somente do A320. A quantidade é tão significativa que qualquer interrupção, mesmo que por poucos dias, gera ondas de impacto global na aviação.

Situação de outras companhias

A Latam prevê o cancelamento de dois voos de sua afiliada da Colômbia. As demais operações, incluindo as do Brasil, não devem ser afetadas. A companhia informou que já está implementando as medidas exigidas pela Airbus em sua frota de A320.

A chilena JetSmart Airlines afirmou que as atualizações estão em andamento e que suas operações seguem normalmente, sem alterações nos voos. O grupo destaca que vem cumprindo os prazos estabelecidos pela fabricante e que continuará monitorando a situação.

A American Airlines afirmou que 209 de seus 480 aviões do modelo afetado precisavam de correção. A empresa prevê a conclusão das atualizações até esta segunda-feira (1). A United Airlines relata não ter sido afetada pelo recall.

Na Europa, a Air France cancelou 38 voos para aplicar as medidas, o que afetou 5% de sua frota diária. A Wizz Air afirmou no sábado que as atualizações de software foram realizadas durante a noite em todos os seus aviões A320, e não espera mais interrupções. Já a Lufthansa não apontou uma estratégia para aplicar as medidas em suas 156 aeronaves da família A320, mas disse esperar poucos atrasos.

Companhias asiáticas também se mobilizaram para realizar as atualizações. A indiana IndiGo informou ter concluído o ajuste em 160 de seus 200 aviões, e a Air India relatou ter feito o mesmo em 42 de suas 113 aeronaves impactadas.

A japonesa ANA Holdings cancelou 95 voos no sábado, o que afetou 13,5 mil viajantes. Por outro lado, a Japan Airlines tem uma frota majoritariamente composta por aviões da Boeing e não utiliza o A320.

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