O Banco Central (BC) lançou, nesta segunda-feira (1), o BC Protege+, ferramenta que permite ao correntista bloquear, pelo CPF, a abertura de novas contas em seu nome. Nas primeiras cinco horas de operação, mais de 7,8 mil pessoas ativaram a proteção e 263 tentativas de abertura de conta foram barradas.
Segundo Izabel Correa, diretora de Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, em entrevista ao UOL, “temos 7,8 mil pessoas que ativaram a proteção e 500 mil consultas de instituições financeiras, com 263 retornos de não abertura de contas”. Para Carlos Eduardo, chefe do Departamento de Atendimento Institucional do BC, “esse número vai aumentar com o tempo”.
Como funciona o BC Protege+
O acesso é digital, pelo portal Meu BC, com login via conta gov.br nos níveis prata ou ouro e verificação em duas etapas.
A adesão é gratuita e opcional. Ao ativar a proteção, o cidadão impede a abertura de novas contas em seu nome e sua inclusão como titular, dependente ou representante em contas de terceiros.
Com a proteção ativa, os bancos são obrigados a consultar o sistema do BC para verificar o status antes de concluir qualquer abertura de conta ou inclusão de titularidade.
Se a proteção estiver ligada:
A instituição financeira não pode abrir a conta nem incluir o cidadão como titular, dependente ou representante;
A instituição deve informar que a proteção está ativa;
Para seguir com a contratação, o usuário precisa desativar a proteção.
Como ativar
Acesse a área logada do Meu BC no site do Banco Central: Serviços > Cidadão > Meu BC > BC Protege+.
Entre com sua conta gov.br nível prata ou ouro e habilite a verificação em duas etapas.
No menu, selecione BC Protege+.
Na tela principal, escolha ativar a proteção.
O usuário poderá consultar quais instituições financeiras acessaram seu CPF ou CNPJ e o motivo da consulta, como abertura de conta ou inclusão como titular/representante.
O objetivo é dificultar a ação de golpistas e reduzir fraudes, como as “contas laranja” abertas em nome de terceiros. Em golpes com Pix, documentos falsos, roubados ou furtados são usados para abrir contas que recebem valores desviados; em esquemas de pirâmide financeira, contas laranja movimentam recursos ilícitos.
Leia mais:
Como automatizar o resgate de dinheiro esquecido junto ao Banco Central
O que é e como usar Registrato?
Como pedir recuperação no FGC após a liquidação do Banco Master
A liquidação do banco Master, no mês passado, reacendeu o debate sobre a segurança do sistema financeiro e a supervisão do BC, o que acelerou a disponibilização da ferramenta para ampliar o controle do cidadão sobre seu próprio cadastro.
Quando falamos de golpes, dados apontam que um em cada três brasileiros sofreu algum golpe: cerca de 56 milhões de vítimas nos 12 meses até agosto, segundo o Datafolha, em dados apresentados no Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No primeiro semestre, o país registrou quase sete milhões de tentativas de fraude, alta de 29,5% ante o mesmo período do ano anterior, de acordo com a Serasa Experian.
O post BC Protege+: quase 300 aberturas de contas já foram barradas apareceu primeiro em Olhar Digital.



