Estudo revela em qual idade a fragilidade do corpo aumenta rapidamente

Um estudo científico revelou que o envelhecimento do corpo humano não acontece de maneira linear ao longo da vida. Em vez disso, existe um momento crítico – por volta dos 75 anos – em que a saúde se torna mais frágil e o organismo perde boa parte da capacidade de reparar danos.

A pesquisa, divulgada em dezembro de 2024 pela Cornell University, nos Estados Unidos, utilizou informações de dois grandes estudos longitudinais – o Health and Retirement Study (HRS), dos Estados Unidos, e o English Longitudinal Study of Ageing (ELSA), do Reino Unido.

Em vez de examinar tecidos ou proteínas, os cientistas trabalharam com o chamado índice de fragilidade (IF), uma medida que reúne dezenas de indicadores clínicos, funcionais e de saúde geral para avaliar como o corpo se mantém ao longo do tempo.

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Os pesquisadores criaram modelos que analisam a dinâmica entre dois fatores fundamentais: danos acumulados e capacidade de reparo do organismo. Segundo o estudo, o envelhecimento sempre envolve algum acúmulo de problemas de saúde, mas o corpo, até certo ponto, consegue compensar e recuperar parte dessas funções.

Por volta dos 75 anos, porém, essa capacidade de reparação fica tão reduzida que a curva de fragilidade começa a subir mais rapidamente, marcando o início de uma fase de declínio acelerado.

Essa mudança ocorre porque, a partir dessa idade, o corpo deixa de acompanhar o ritmo de desgaste natural: pequenas perdas funcionais deixam de ser totalmente compensadas e passam a se somar. Isso explica por que, no fim da vida, a progressão de doenças crônicas, limitações físicas e vulnerabilidade a quedas e infecções tende a ser mais acentuada.

Embora o ponto crítico apareça, em média, aos 75 anos, os autores reforçam que esse processo não é igual para todos. Fatores como alimentação, prática regular de exercícios, cessação do tabagismo e controle de pressão, glicemia e colesterol podem atrasar o declínio e manter a robustez por mais tempo.

A pesquisa também destaca a importância de intervenções preventivas para preservar a autonomia e a qualidade de vida na velhice e reforça que envelhecer não é apenas uma questão de idade cronológica, mas também de como o organismo responde aos danos acumulados com o passar dos anos.

Entender essa dinâmica pode ajudar profissionais de saúde e sistemas públicos a criar estratégias mais eficientes de acompanhamento, prevenção e cuidado para pessoas idosas.

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