OMS reconhece potencial do Ozempic para tratar obesidade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novas diretrizes recomendando o uso de medicamentos com ação GLP-1 — como Ozempic, Mounjaro e Wegovy — no tratamento de longo prazo da obesidade em adultos.

A medida marca uma mudança importante na abordagem global à doença, que hoje afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.

Diretrizes apontam uso de longo prazo dos medicamentos e reforçam combinação com mudanças de estilo de vida (Imagem: KK Stock/Shutterstock)

Recomendações “condicionais” e foco em tratamento combinado

De acordo com a OMS, as terapias com GLP-1 podem ser utilizadas por adultos, exceto gestantes, desde que associadas a intervenções comportamentais intensivas, como ajustes na alimentação, aumento da atividade física e acompanhamento contínuo.

As duas recomendações foram classificadas como “condicionais”, já que ainda há dados limitados sobre a segurança e eficácia a longo prazo dos medicamentos, além de custos elevados e impacto desigual no acesso.

O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a obesidade é um desafio global que exige cuidados constantes.

“Embora a medicação sozinha não resolva essa crise, os GLP-1 podem ajudar milhões de pessoas a superar a obesidade e reduzir seus danos”, disse.

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Uso é permitido para adultos, exceto gestantes, e marcado por cautela sobre efeitos de longo prazo (Imagem: KK Stock/Shutterstock)

Medicamentos marcam mudança na visão global sobre obesidade

Em artigo publicado no JAMA, especialistas da OMS destacam que os GLP-1 representam mais do que um avanço científico: sinalizam uma mudança no entendimento da obesidade, de “condição relacionada ao estilo de vida” para doença crônica complexa e tratável.

A organização também alertou para a necessidade de ampliar a fabricação e o acesso aos medicamentos. Mesmo com a expansão da produção, estima-se que menos de 10% das pessoas que poderiam se beneficiar dos GLP-1 terão acesso a eles até 2030.

A OMS reforça que os medicamentos devem integrar uma estratégia ampla de cuidados, que inclui orientação profissional, dietas equilibradas e atividade física regular.

OMS apoia GLP-1 em nova diretriz, mas faz algumas ressalvas – Imagem: oleschwander/Shutterstock

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