Brinquedos inteligentes em alta: como pais podem proteger a privacidade dos filhos

Os brinquedos infantis estão atingindo um novo nível. Ursos de pelúcia e robôs inteligentes já conversam com as crianças usando inteligência artificial. Mas será que esses companheiros digitais são realmente seguros?

Com o mercado de brinquedos com IA em expansão, empresas globais investem em produtos conectados à internet que respondem em tempo real, comenta a CNN. Isso levanta dúvidas sobre segurança, privacidade e controle parental.

Brinquedos fornecem respostas personalizadas em tempo real, mas os pais precisam estar alertas para evitar instruções perigosas ou impróprias. Imagem: Divulgação/KEYi

O que são brinquedos com IA?

Diferentes dos clássicos ursinhos de pelúcia dos anos 1980, os brinquedos modernos se conectam ao Wi-Fi, escutam comandos via microfone e utilizam grandes modelos de linguagem para responder.

Exemplos incluem:

Grok, da Curio, que responde a perguntas e interage com a criança;

Miko 3, com câmera e programas educativos;

Urso Poe, robô Mini da Little Learners e Loona da KEYi Technology.

Esses brinquedos fornecem respostas personalizadas em tempo real, mas, como alerta o caso do urso Kumma, da FoloToy, nem sempre são totalmente seguros: ele chegou a dar instruções perigosas e participar de conversas sexualmente explícitas.

Retiramos o urso de pelúcia e outros produtos de IA do site e estamos conduzindo auditoria interna de segurança.

Larry Wang, CEO da FoloToy, à CNN.

Relatórios da PIRG Education Fund apontam riscos em brinquedos com IA, incluindo respostas incoerentes e exposição a conteúdo impróprio. Imagem: Divulgação/PLAI

Quais os riscos e proteções disponíveis

Segundo a PIRG Education Fund, organização que monitora riscos de brinquedos com IA, muitos desses brinquedos apresentam falhas: respostas inconsistentes, foco em companhia social em vez de aprendizado e potencial exposição a conteúdo impróprio.

No entanto, é possível adotar medidas de proteção:

Redirecionamento de conversas sobre tópicos inadequados;

Recursos baseados na faixa etária da criança;

Aplicativos de monitoramento, como no Miko 3, que fornecem transcrições e bloqueiam o brinquedo temporariamente;

Configurações parentais para limitar respostas e interações.

“É uma ótima ideia que os pais possam definir limites e realmente controlar sobre o que o brinquedo fala e se comporta”, comentou R. J. Cross, diretor da campanha “Não Venda Meus Dados”.

Além dos riscos, brinquedos com IA também podem auxiliar no aprendizado de idiomas, no desenvolvimento social e no entretenimento educativo. Por exemplo, o Grok pode ensinar diversos assuntos e assumir personagens de filmes, enquanto o Miko 3 integra aplicativos como Disney Stories e Lingokids por US$ 14,99 por mês (aprox. R$ 80).

A adoção crescente de IA em brinquedos infantis transforma a experiência das crianças e gera questionamentos sobre proteção de dados. Imagem: Divulgação/Miko AI

Pais devem ter cuidado com a privacidade dos filhos

Desde o lançamento da Hello Barbie, em 2015, brinquedos conectados levantam preocupações sobre armazenamento de dados, vulnerabilidade a hackers e uso de informações pessoais.

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Brinquedos me parecem lobos em pele de cordeiro, porque, ao usá-los, é difícil perceber quanta privacidade você não tem.

Azhelle Wade, consultora da Toy Coach, à CNN.

Pais devem estar atentos a dados gravados, câmeras e microfones, utilizando mecanismos de proteção e supervisão para garantir que a diversão não coloque as crianças em risco.

Em um mercado que cresce rapidamente, atenção à segurança e à privacidade é essencial para que esses companheiros digitais unam entretenimento e aprendizado, sem comprometer a proteção das crianças.

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