Luana Lara Lopes, de 29 anos, ganhou destaque recente após aparecer na Forbes como a bilionária mais jovem do mundo a construir a própria fortuna. A brasileira, que já integrou o Balé Bolshoi de Joinville (SC), tornou-se sócia de uma plataforma de apostas em eventos que hoje movimenta bilhões de dólares. A trajetória reúne formação em engenharia, experiência em grandes instituições financeiras e a criação de um negócio que se consolidou no mercado de previsão nos Estados Unidos.
A empresa em questão é a Kalshi, fundada em 2018 por Luana e seu sócio, Tarek Mansour, quando ambos estudavam no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A plataforma permite negociar probabilidades sobre acontecimentos futuros, como resultados de eleições ou premiações do cinema, e alcançou avaliação de US$ 11 bilhões após uma nova rodada de investimentos.
Plataforma que transformou previsões em negócio bilionário
A Kalshi opera como um mercado em que usuários compram e vendem contratos baseados em eventos concretos. O modelo funciona como uma espécie de bolsa, voltada especialmente a previsões, e faz com que cada operação represente uma aposta na possibilidade de um desfecho específico. A empresa ressalta que não participa financeiramente dos resultados; sua receita vem da taxa cobrada por transação.
A plataforma é regulada pela Commodity Futures Trading Commission, agência independente do governo dos Estados Unidos supervisionada pelo Congresso. A regulamentação foi determinante para que a empresa se diferenciasse de concorrentes que atuavam sem autorização formal. Segundo a Forbes, a aprovação veio em 2020, após um processo complexo que envolveu consultas a dezenas de escritórios de advocacia.
O crescimento acelerado da Kalshi levou à rodada de US$ 1 bilhão que elevou o valor de mercado para US$ 11 bilhões. Com isso, Luana e Mansour passaram a ter patrimônio estimado em cerca de US$ 1,3 bilhão cada, considerando que ambos possuem aproximadamente 12% da empresa.
A formação de Luana Lara Lopes
Antes de ingressar no MIT, em 2014, Luana teve passagem pela Escola de Teatro Bolshoi em Joinville. O período de treinos intensos marcou a adolescência, segundo relato publicado pela Forbes Brasil, que descreveu a rotina rígida das bailarinas e os desafios competitivos enfrentados naquele ambiente.
A brasileira formou-se em ciência da computação e, ainda durante a graduação, trabalhou em instituições financeiras como Bridgewater e Citadel. Paralelamente, somou prêmios acadêmicos, incluindo ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e bronze na Olimpíada de Matemática de Santa Catarina, inspirada por uma rotina de estudos incentivada pelos pais.
Além disso, a Forbes destacou que Luana chegou a atuar como bailarina profissional na Áustria antes de migrar definitivamente para a área de tecnologia e finanças.
Ideia de negócio surgiu ainda no MIT
A parceria com Tarek Mansour começou quando os dois cursavam disciplinas semelhantes e faziam parte do mesmo grupo de estudantes internacionais. A concepção da Kalshi surgiu durante o período em que ambos estagiavam em Nova York, em 2018. A dupla identificou que muitas decisões em mercados financeiros se baseavam em previsões de eventos externos e imaginou um modelo em que essas expectativas pudessem ser negociadas diretamente.
Após a aprovação no programa Y Combinator, em 2019, os fundadores enfrentaram desafios regulatórios que quase inviabilizaram o negócio. Ainda segundo a Forbes, a legalidade dos mercados de previsão era questionada, e a empresa passou anos operando sem produto final enquanto aguardava aval federal.
Um dos momentos mais delicados foi o processo movido pela Kalshi contra a CFTC, em 2023, depois que a agência rejeitou contratos eleitorais. A empresa venceu o caso em 2024, tornando-se a primeira a oferecer contratos eleitorais regulamentados nos EUA em mais de um século.
Expansão e parcerias estratégicas
Com o avanço da base de usuários e a alta demanda por negociações de eventos esportivos, a Kalshi ampliou seu alcance ao integrar a plataforma a corretoras como Robinhood e Webull. A empresa também firmou parcerias com organizações como a NHL (liga profissional de hóquei no gelo) e com o marketplace StockX.
A expansão incluiu ainda investimentos em blockchain, com integração à Solana, além de novos acordos com veículos de comunicação para ampliar o acesso aos mercados de previsão.
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Pressão regulatória continua
Apesar da consolidação no setor, a Kalshi enfrenta ações judiciais de alguns estados norte-americanos, que questionam a forma como os contratos esportivos devem ser regulamentados e tributados. Mesmo assim, investidores permanecem confiantes quanto à capacidade dos fundadores de superar obstáculos, como já ocorreu em outras fases da empresa.
A Forbes registrou que o volume de negociações semanais supera US$ 1 bilhão, e mais de 90% desse valor está relacionado a contratos esportivos. Com o crescimento constante e a forte presença em diferentes mercados, a Kalshi se consolidou como uma das empresas mais relevantes no segmento de previsões.
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