A fauna australiana é mundialmente conhecida por ser um celeiro de espécies curiosas e sempre é possível achar mais uma por lá. Em andanças pelo país, o pesquisador local Mark Harvey encontrou dois exemplares novos de pseudoescorpiões, também conhecidos como “escorpião fake”.
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As espécies fazem parte do novo gênero Enigmachernes e os dois novos representantes foram batizados como E. parnaby i e E. dissidens. Foram encontrados quatro espécimes de machos adultos no estado de Victoria, no leste da Austrália. A descoberta foi liderada pelo biólogo da Universidade da Austrália Ocidental e publicada nessa sexta-feira (5/12) na revista científica Revista Australiana de Zoologia.
Ambas espécies foram achadas vivendo como hospedeiras na pelagem de morcegos selvagens que se alimentam de insetos. E. parnaby i estava se “hospedando” nos pelos de um falso pipistrelle oriental (Falsistrellus tasmaniensis), enquanto E. dissidens vivia no morcego-da-floresta-do-sul (Vespadelus regulus).
Após retirar os pequenos bichos da pelagem dos morcegos, eles foram analisados com o auxílio de microscópios. Apesar de serem de uma nova espécie, ainda não se sabe se os pseudoescorpiões correm risco de extinção ou não.
“É difícil estimar o estado de conservação de ambas as espécies de Enigmachernes sem um conhecimento preciso de sua especificidade de hospedeiro e ecologia. Se elas estiverem de fato restritas a espécies individuais de morcegos, o que é uma suposição razoável, então seu destino está inextricavelmente ligado ao seu hospedeiro”, escreve o pesquisador no artigo.
O que são pseudoescorpiões?
Os pseudoescorpiões possuem um par de pinças parecidas ao do escorpião verdadeiro, mas não têm a longa cauda e o ferrão característico do bicho peçonhento. Na verdade, o escorpião fake pertence ao grupo dos aracnídeos.
Mesmo com uma aparência um pouco intimidadora, os animais são inofensivos. Geralmente, eles se prendem a besouros, moscas ou mamíferos para se deslocar, já que não têm asas. No caminho, eles podem aproveitar para se alimentar de possíveis pragas do hospedeiro, como ácaros e larvas. O comportamento é conhecido como foresia.
Ao chegar ao destino desejado, ele se solta e segue a vida independente até buscar outro hospedeiro para “viajar” por aí.
Apesar de ser um grupo comum no ecossistema mundial, a descoberta é rara pois é bem complicado encontrar novos pseudoescorpiões devido ao tamanho pequeno e o costume de se esconder no corpo de outros animais.
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