Geração Z: como jovens estão protegendo seus cérebros do impacto das redes sociais

A Geração Z está encontrando maneiras criativas de proteger seus cérebros do efeito negativo das redes sociais. Influenciadores e jovens ao redor do mundo compartilham dicas para reduzir o impacto da rolagem infinita e melhorar a saúde mental, comenta a National Geographic.

De passeios ao ar livre a rotinas de aprendizado estruturadas, a ideia é resgatar o controle mental em meio à avalanche digital.

O excesso de redes sociais pode afetar memória, atenção e pensamento crítico, alerta estudo sobre a Geração Z. Imagem: Kar-Tr/iStock

O que é a “deterioração cerebral digital”?

O termo descreve os efeitos de passar horas nas redes sociais, consumindo informações rápidas que estimulam a dopamina e podem prejudicar memória, atenção e pensamento crítico.

A deterioração cerebral, ou brain rot, não está realmente deteriorando nossos cérebros. Ela cria um ambiente para o qual não estamos preparados. Queremos consumir tudo, mas é difícil controlar esse desejo.

Earl Miller, neurocientista do MIT, à National Geographic.

A Geração Z, que cresceu com smartphones, TikTok e YouTube, é particularmente suscetível. Estudos de 2024 e 2025 indicam que o uso excessivo de mídias sociais e inteligência artificial pode diminuir a capacidade de reter informações, reduzir funções cerebrais e afetar a memória.

“Sabemos que o uso frequente de tecnologia pode alterar o cérebro e prejudicar o funcionamento cognitivo”, afirma Amanda Elton, professora assistente na Universidade da Flórida.

Apesar de criados em um mundo conectado, a Geração Z aposta em hábitos criativos e conscientes para reduzir os efeitos negativos das redes sociais na mente. Imagem: Alina Hedz/Shutterstock

Estratégias da Geração Z para recuperar o cérebro

Os jovens estão criando métodos para reverter os efeitos da rolagem infinita. Alguns exemplos incluem:

Elaborar “minicurrículos” mensais com livros, cursos e atividades práticas.

Desconectar-se das telas ao chegar em casa ou durante refeições, inspirado nos antigos telefones fixos.

Realizar atividades offline, como caminhadas longas, meditação ou jogos de tabuleiro.

Usar ferramentas digitais de bloqueio, como Brick e Focus Friend, que ajudam a controlar o tempo gasto em apps.

Essas práticas mostram que usar a tecnologia de forma consciente pode reforçar a saúde cognitiva e reduzir o impacto da superexposição digital.

Especialistas afirmam que equilibrar tempo online e offline ajuda memória, pensamento crítico e bem-estar mental. Imagem: Imagem: Reprodução/Offline Club

Espaços e hábitos offline ganham força

O movimento “offline” está crescendo em todo o mundo. Restaurantes como o Hush Harbor, em Washington, pedem que os clientes guardem seus celulares em bolsas trancadas. Na Europa e em Sydney, clubes e restaurantes promovem experiências sem tecnologia, incentivando a interação social e o foco nas atividades presentes.

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Especialistas reforçam os benefícios de equilibrar o tempo online e offline. “Uma das melhores maneiras de manter o cérebro saudável é interagindo socialmente com outras pessoas”, diz Miller. “Quanto mais você força seu cérebro a se reconectar, mais suas habilidades de memória e pensamento crítico melhoram.”

Atividades como ler, ouvir música, escrever um diário e estabelecer metas ajudam a fortalecer conexões cerebrais e a manter o cérebro afiado. Pequenas pausas intencionais das redes sociais podem fazer grande diferença no bem-estar mental, afirmam especialistas.

Com isso, a Geração Z mostra que é possível resgatar a atenção e a motivação, mesmo em um mar de informações digitais. Os jovens estão aprendendo a usar a tecnologia a seu favor, priorizando atividades offline e estruturadas para manter o cérebro saudável.

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