Antes de ser a metrópole que nunca dorme, São Paulo foi Piratininga, nome tupi que significa “peixe a secar”, referência às várzeas dos rios que, após as cheias, deixavam os peixes expostos ao Sol. É esse território ancestral, anterior à chegada dos europeus, que a exposição Quando São Paulo era Piratininga: arqueologia paulistana da Casa Museu Ema Klabin convida o público a redescobrir.
Com curadoria do arquiteto e curador da Casa Museu Ema Klabin, Paulo de Freitas Costa, e da doutora em Arqueologia Paula Nishida, a mostra revela um lado pouco conhecido da cidade: um território ocupado há cerca de 4 mil anos, muito antes da fundação da vila colonial. A partir de pesquisas arqueológicas realizadas em diferentes regiões da capital, o visitante é conduzido por um percurso que combina ciência, história e imaginação para compreender a profunda relação entre os primeiros habitantes e a paisagem que hoje abriga a maior cidade do país.
Do subsolo à vitrine: vestígios de uma São Paulo esquecida
O município de São Paulo reúne cerca de 90 sítios arqueológicos já identificados. Desses, oito foram selecionados para compor esta exposição, representando marcos fundamentais na formação do território paulistano. “Os sítios Lítico do Morumbi, as urnas funerárias, e os sítios Jaraguá I, II e Olaria II representam o universo dos povos originários antes da invasão europeia. As Cavas de Ouro do Jaraguá e o Pinheiros 2 testemunham o contato entre indígenas e colonizadores; e a Casa do Butantã e a Casa do Itaim Bibi trazem à tona aspectos do período colonial, ampliando o olhar para além do eixo central da cidade”, explica a arqueóloga Paula Nishida, curadora da mostra.
A exposição contará com registros fotográficos e cartográficos de todas essas descobertas, além de reproduções de artefatos encontrados, que perfazem um arco temporal de cerca de 3.800 anos antes do presente (c. 1.850 a.C.) até o século XIX. Esses registros contribuem para reconstituir modos de vida, práticas funerárias e atividades cotidianas que moldaram a história paulistana muito antes da urbanização.
Entre as 20 peças de pedra lascada reproduzidas por arqueólogos, 11 poderão ser manuseadas pelo público, proporcionando uma experiência sensorial e interativa do trabalho arqueológico. Parte dessas reproduções foi ainda digitalizada e impressa em tecnologia 3D, especialmente para a mostra, permitindo uma compreensão mais imersiva da arte e da sofisticação das antigas comunidades indígenas brasileiras.
Narrativas do tempo e do clima
A exposição se organiza em dois grandes eixos: o período Pré-colonial, que reúne os vestígios mais antigos até o início do contato com os europeus, e o período Colonial, que abrange do século XVI ao início do XIX.
Em sua parte final, intitulada “Os Ares de Piratininga”, o visitante será convidado a refletir sobre as transformações climáticas e ambientais pelas quais a região passou ao longo dos séculos. A partir de amostras de solo e sedimentos coletados em 1997, um estudo revelou uma paisagem radicalmente distinta da atual, um retrato do passado natural que ajuda a compreender a evolução do território.
Serviço
Quando? Até 29 de março de 2026. De quarta-feira a domingo, das 11h às 17h (permanência até às 18h). As visitas mediadas acontecem em quatro horários de quarta a sexta-feira: às 11h, 14h, 15h e 16h. Já aos sábados, domingos e feriados, a visita medida acontece às 14h.
Quanto? R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) para estudantes, idosos, PCD e jovens de baixa renda. Gratuidade para crianças de até 7 anos, professores e estudantes da rede pública.
Onde? Rua Portugal, 43 – Jardim Europa – São Paulo
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