Um novo ciclone extratropical previsto para se formar entre segunda (8) e terça-feira (9) deve provocar mudanças significativas na previsão do tempo no Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste. O sistema, considerado de forte intensidade pela Climatempo, acende alerta para tempestades severas, rajadas intensas e risco de alagamentos em diversas regiões do país. A prioridade dos meteorologistas é o monitoramento dos impactos imediatos e do avanço do fenômeno ao longo da semana.
Com pressão atmosférica abaixo de 1.000 hPa — um indicativo claro de potencial para tempestades — o ciclone deve registrar rajadas que passam facilmente dos 100 km/h e podem atingir até 120 km/h nas áreas mais expostas, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Municípios do Rio Grande do Sul sofreram com as enchentes de 2024 (Imagem: Cid Guedes/iStock)
Formação do ciclone e por que o sistema será tão intenso
De acordo com meteorologistas, o ciclone extratropical terá origem na intensificação de uma área de baixa pressão entre o sul do Paraguai, o nordeste da Argentina e o Rio Grande do Sul. O processo começa na tarde e noite de segunda-feira, com organização completa prevista para a madrugada de terça. O sistema deve atravessar o território gaúcho de oeste para leste e, até a noite, alcançar a região de Porto Alegre.
A pressão atmosférica muito baixa favorece a formação de nuvens do tipo cumulonimbus — responsáveis por tempestades, descargas elétricas, granizo e eventuais microexplosões. Em episódios assim, há risco de rajadas destrutivas e até formação de tornados em áreas isoladas.
Mesmo após se deslocar para o oceano, o ciclone permanecerá influenciando a previsão do tempo, especialmente no litoral gaúcho, onde ondas fortes e mar agitado devem persistir.
Ciclone irá influenciar a previsão do tempo no Brasil mesmo após se deslocar ao oceano (Imagem: Bilanol / Shutterstock)
Principais riscos previstos
O avanço do sistema e da frente fria associada deve provocar:
Ventos de 90 km/h a 120 km/h no Sul
Chuva forte em curto período, com risco de alagamentos
Granizo isolado
Ondas altas e mar agitado
Raios frequentes e instabilidade prolongada
Possível queda de energia e danos estruturais
Impactos do ciclone por região
O Sul será a região mais atingida.
Rio Grande do Sul: temporais já na madrugada de terça; quarta será o dia mais crítico.
Santa Catarina: forte instabilidade entre os dias 9 e 10, com risco elevado de ventania.
Paraná: terça instável e rajadas mais intensas na quarta.
Mesmo sem receber diretamente o sistema, o Sudeste sofrerá efeitos colaterais.
São Paulo: aumento do vento na terça e rajadas fortes na quarta, principalmente no litoral e na Grande SP.
Rio de Janeiro: ventos intensos no centro-sul fluminense.
Minas Gerais: instabilidade no Sul de Minas, Zona da Mata e Grande BH.
Centro-Oeste será afetado, porém em menor intensidade.
Mato Grosso do Sul: vento forte já na segunda e temporais na terça.
Mato Grosso e Goiás: instabilidade mais branda.
A cidade de São Paulo vai começar a sentir os efeitos da chegada do ciclone já nesta terça (Imagem: Ranimiro Lotufo Neto/iStock)
O ciclone deve finalmente se afastar entre quarta (10) e quinta-feira (11), quando avança para alto-mar. Ainda assim, ventos costeiros persistem no Sul mesmo durante o afastamento.
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