EUA rejeitam relatório ambiental da ONU que prevê futuro sombrio

Um dos principais relatórios científicos da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o estado do planeta foi publicado sem o tradicional aval dos governos após um impasse envolvendo Estados Unidos, Arábia Saudita, Rússia e outros países. As informações são da BBC.

Segundo o copresidente do estudo, Sir Robert Watson, essas nações “sequestraram” o processo ao rejeitar conclusões centrais da pesquisa, que levou seis anos para ser elaborada.

O relatório Global Environment Outlook (GEO), produzido por quase 300 cientistas, relaciona mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição a padrões de consumo insustentáveis de economias ricas e emergentes.

Documento liga consumo insustentável ao colapso climático, mas enfrentou resistência feroz em reunião de aprovação (Imagem: Aphelleon/Shutterstock)

O documento alerta para um “futuro sombrio” caso não haja uma transição rápida para longe do carvão, petróleo e gás, além de cortes significativos em subsídios a combustíveis fósseis e à agricultura.

Impasse em Nairóbi e perda de força política

Em uma reunião em Nairóbi (Quênia) para negociar um “resumo para formuladores de políticas”, prática padrão em relatórios da ONU, representantes de cerca de 70 países não conseguiram chegar a um consenso.

Os EUA, que ingressaram tardiamente por videoconferência, rejeitaram trechos sobre combustíveis fósseis, plásticos e biodiversidade.

Como os cientistas se recusaram a suavizar as conclusões, o documento foi publicado sem o resumo, reduzindo seu impacto político.

Cientistas recusaram diluir conclusões sobre combustíveis fósseis; processo foi descrito como “sequestrado” – Imagem: Barnaby Chambers – Shutterstock

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ONU vê riscos para negociações futuras

Pesquisadores afirmam que a resistência ecoa tentativas recentes, inclusive na COP30, de remover referências à necessidade de abandonar combustíveis fósseis.

O episódio levanta preocupações sobre o futuro dos relatórios do IPCC, fundamentais para embasar ações globais de combate ao aquecimento climático.

EUA e aliados rejeitam conclusões sobre emissões e subsídios, frustrando seis anos de trabalho científico (Imagem: TR Stok/Shutterstock)

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