Google investe em energia geotérmica para abastecer data centers

A startup de energia geotérmica Fervo Energy arrecadou US$ 462 milhões (R$ 2,3 bilhões) em uma nova rodada de financiamento para concluir sua primeira usina de grande escala e iniciar o desenvolvimento de outras. O Google é um dos investidores.

A aposta na energia geotérmica vem em meio ao aumento na demanda por eletricidade para abastecer data centers. O Google, inclusive, não é a única big tech investindo neste tipo de fonte.

Empresa vai usar investimento para finalizar usina Cape Station (Imagem: Fervo Energy/Reprodução)

Startup de energia geotérmica consegue financiamento milionário

Os US$ 462 milhões levantados pela Fervo Energy vão financiar a conclusão da primeira usina geotérmica de grande escala da startup, além do desenvolvimento de várias outras.

A instalação é a Cape Station, que fica no sudoeste de Utah, nos Estados Unidos, e espera gerar 500 megawatts de energia. A expectativa é que a usina esteja em funcionamento (em primeira fase) em 2026. Segundo Sara Jewett, vice-presidente sênior de estratégia da Fervo, ao site TechCrunch, a planta estará mecanicamente concluída ainda este ano.

A rodada de investimentos contou com participação do Google e de outras 22 empresas (AllianceBernstein, Atacama Ventures, Breakthrough Energy Ventures, CalSTRS, Capricorn Investment Group, Carbon Equity, Centaurus Capital, Climate First, Congruent Ventures, CPP Investments, Devon Energy, Echelon, Galvanize, Impact Science Ventures, Kris Singh, JB Straubel, Liberty Mutual Investments, Marunouchi Innovation Partners, Mercuria, Mitsubishi Heavy Industries, Mitsui and Co. e Sabanci Climate Ventures).

Google já tinha contrato com a Fervo para fornecimento de energia para data centers (Imagem: Marieke Kramer/Shutterstock)

Energia geotérmica em alta

A energia geotérmica gera energia renovável a partir do calor interno da Terra, de fontes como vapor e água quente do subsolo.

A startup é um dos principais nomes desse setor, já que perfurou poços para acessar rochas quentes no subsolo em pouquíssimo tempo: os primeiros poços levaram cerca de um mês, mas a Fervo conseguiu diminuir o tempo para 16 dias neste ano. Atualmente, o tempo médio de perfuração de um poço por parte da empresa é de 15 dias, o que reduz gastos e a torna uma forte concorrente. Segundo Jewett, metade dos custos da energia geotérmica atualmente está no tempo de perfuração.

Por ora, a startup está focada no oeste dos Estados Unidos, onde rochas quentes estão mais próximas da superfície – mas aposta que há potencial no mundo inteiro.

Data centers impulsionaram aumento na demanda por energia (Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock)

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Google busca energia para data centers

A Fervo já tinha contrato com o Google. A ideia é que a empresa forneça energia geotérmica para a big tech alimentar seus data centers;

A Meta também já investe em projetos de energia geotérmica, à medida que a demanda por data centers está exigindo alternativas confiáveis para o fornecimento de eletricidade;

Segundo uma análise do Rhodium Group, a energia geotérmica aprimorada poderia suprir quase dois terços da nova demanda de energia para data centers até 2030, a um custo igual ou inferior o que as empresas pagam atualmente.

Ou seja, uma alternativa interessante.

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