Larissa Manoela: por que atriz precisa de cirurgia para tentar engravidar?

Larissa Manoela, 24 anos, relatou, em entrevista ao canal da influenciadora Foquinha, contou que pretende iniciar os cuidados necessários antes de tentar uma gestação. Embora sonhe em aumentar a família com o marido, André Luiz Frambach, 28 anos, ela disse que prefere seguir com cautela por conta de seu problema de saúde.

“Eu tenho que planejar, não pelo trabalho só, mas por questão de saúde, que é minha prioridade. Tenho endometriose e já falei isso em diversas entrevistas, sempre uso minha voz para poder falar sobre isso”, disse ela.

A artista destaca que sempre usou sua visibilidade para alertar outras mulheres sobre a importância de reconhecer sinais do próprio corpo. E o quanto, mais uma vez falando sobre saúde da mulher e sobre as escolhas, a gente precisa estar atento ao nosso corpo e a como a gente vai passar por situações”, continuou.

Gravidez de Larissa Manoela adiada

Durante a conversa, Larissa Manoela explicou que decidiu agir agora para evitar complicações futuras. Como a endometriose pode dificultar a gravidez e provocar sintomas intensos, ela considera fundamental passar por avaliações detalhadas e, se necessário, intervir de forma preventiva.

Segundo a atriz, ela deseja viver uma gestação tranquila e saudável, e por isso afasta, por enquanto, a ideia de engravidar espontaneamente. Além disso, ela afirma que não quer correr riscos desnecessários enquanto não estiver plenamente preparada.

“Estou muito focada na minha saúde para que eu possa gerar de uma maneira muito saudável e que eu tenha uma gestação feliz. Eu tirei e descartei qualquer possibilidade de ter um bebê enquanto não estiver 100% bem para gerar”, afirmou.

A intérprete de Estela em ‘Êta Mundo Melhor’ revelou que pretende passar por uma cirurgia para remover os focos da doença. Essa intervenção, segunda ela, pode melhorar suas chances de engravidar sem complicações. “A minha ideia é que eu possa fazer uma cirurgia para que eu limpe meus foquinhos de endometriose para que possa gerar sem [ter] um aborto espontâneo ou sem que a doença também cresça”, completou.

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença crônica, progressiva, que não tem cura e que pode causar dores pélvicas, durante as relações sexuais e dores para urinar ou evacuar no período menstrual. Além disso, ela também é uma das principais causas de infertilidade feminina, impedindo portadoras de realizar o sonho da maternidade. Por isso, o diagnóstico precoce, seguido do tratamento sob orientação, é essencial para o controle da doença.

No Brasil, a endometriose acomete cerca de 8 milhões de mulheres e, para o triênio 2023 a 2025, são esperados mais de 7 mil novos casos. De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada 10 mulheres em solo brasileiro sofre com os sintomas da doença, que ocorre quando o endométrio, tecido da camada interna do útero, ao ser eliminado na menstruação, começa a crescer fora do útero. Esse tecido é muito importante, pois é o que permite, por exemplo, que o embrião se implante, gerando uma gravidez.

Saiba mais sobre a doença sem cura de Larissa Manoela – Reprodução/Instagram

Segundo dados da Associação Brasileira de Endometriose, mais de 30% dos casos levam à infertilidade que, inclusive, dificulta a realização de técnicas de reprodução assistida, conforme explica Natalia Pimentel, especialista em Reprodução Assistida do GEARE PB, unidade do FertGroup.

“As alterações pélvicas causadas pela endometriose podem impedir a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Em outro momento, dificulta a implantação do óvulo que foi fertilizado, podendo danificar o revestimento do útero, o que torna mais difícil a implantação de um embrião saudável”, diz.

Outra dificuldade que essas pacientes podem enfrentar para conseguir engravidar tendo endometriose está relacionada à qualidade dos óvulos. “Já temos muitas evidências científicas e está muito bem estabelecido na comunidade médica que esta condição também pode levar à formação de cistos ovarianos, que podem danificar o tecido ovariano e, consequentemente, diminuir a reserva ovariana”, pontua Natalia.

Como é feito o tratamento?

O tratamento de endometriose consiste em medicamentos, mudança no estilo de vida e cirurgia, que têm como objetivo controlar a progressão da doença. Cada paciente tem uma indicação, e a escolha do método depende do estágio, da intensidade, do exame clínico e dos exames de imagem.

“Com o tratamento para endometriose em dia, realizado de modo individualizado, muitas mulheres têm conseguido viver o sonho de ter seu bebê em casa, através de técnicas de reprodução assistida”, salienta Alessandra Evangelista, especialista em Reprodução Assistida da clínica VIDA.

Ainda segundo a especialista, evidências demonstram que a cirurgia pode ser o tratamento de endometriose em mulheres sintomáticas, que desejam engravidar. Sendo importante avaliar o impacto do procedimento sobre a reserva ovariana, orientando a preservação através do congelamento de óvulos. “Cada caso deve ser muito bem avaliado. Por isso, é necessário que a paciente procure um especialista em reprodução assistida para saber a respeito das possibilidades de tratamento disponíveis”, finaliza.

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