Um dispositivo inovador, chamado CaverSTIM, criado por um pesquisador brasileiro, mostrou 90% de eficácia na recuperação da ereção em pacientes que passaram por cirurgia de próstata. O avanço promete transformar a reabilitação sexual e o tratamento da disfunção erétil, problema que afeta mais de 150 milhões de homens no mundo.
O aparelho também foi testado em pacientes paraplégicos, abrindo novas possibilidades para quem enfrenta limitações sexuais severas. Agora, segundo o G1, a pesquisa entra em testes clínicos no Johns Hopkins Hospital, um dos maiores centros médicos do planeta.
Pesquisa nacional abre novas possibilidades para a reabilitação sexual com o CaverSTIM. Imagem: Oakland Images/Shutterstock
Como funciona o “viagra eletrônico”
O CaverSTIM funciona como um marca-passo: eletrodos implantados cirurgicamente na região pélvica enviam estímulos aos nervos cavernosos, ativados por controle remoto. Diferente de comprimidos como Viagra ou Cialis, o aparelho permite que a ereção ocorra de forma fisiológica, respeitando o estímulo sexual natural.
O equipamento pode ser usado:
Temporariamente, como terapia pós-cirurgia, até a recuperação natural da função erétil.
Permanentemente, para pacientes com lesão medular.
Discretamente, sem partes externas visíveis.
Esses pacientes retomaram a capacidade sexual que tinham antes da cirurgia, e poucos meses depois.
Rodrigo Araújo, pesquisador responsável pelo estudo, ao G1.
Araújo completa: “Eles não precisaram nem de Viagra, nem de injeções. Hoje, caminhamos para um tratamento que reduz de 70% para 10% a chance de desenvolver disfunção após a retirada da próstata”.
Resultados animadores em pacientes pós-retirada da próstata
O estudo inicial acompanhou dez homens operados de câncer de próstata. Mesmo com técnicas cirúrgicas avançadas, cerca de 70% desenvolvem disfunção erétil.
Com o CaverSTIM, nove dos dez pacientes recuperaram a função sexual em aproximadamente dois meses e passaram a manter a ereção naturalmente, sem depender de medicamentos ou estímulos do aparelho.
A novidade indica que a tecnologia pode se tornar uma alternativa mais eficiente e menos invasiva do que próteses penianas tradicionais.
Avanços também com pacientes paraplégicos
Um segundo estudo avaliou seis homens com lesão medular – todos jovens, com até 34 anos – e obteve resultados surpreendentes: cinco recuperaram a capacidade de ereção e apresentaram melhoria na qualidade da relação sexual.
Leia mais:
Robôs reduzem risco de disfunção erétil em cirurgias de próstata, diz estudo
Homem passa mais de seis anos sem sinais do HIV após transplante
Influenciadores levam homens a usar testosterona sem necessidade
O urologista Sidney Glina, responsável por essa etapa, ressalta que “é a primeira vez que conseguimos estimular um nervo ligado à ereção e ter resultado clínico. Já existe tecnologia para estimular a medula e controlar funções como o intestino, mas recuperar a via nervosa da ereção é algo totalmente novo. Isso abre caminho para outros tratamentos”.
O dispositivo entra agora em fase pivotal (fase 3), com previsão de incluir até 150 pacientes, e seus resultados serão publicados em periódicos científicos internacionais.
A pesquisa foi divulgada pela Faculdade de Medicina do ABC e demonstra um avanço inédito no tratamento da disfunção erétil e na reabilitação sexual de pacientes com lesão medular.
O post Viagra eletrônico: tecnologia brasileira promete recuperar ereção em 90% dos pacientes apareceu primeiro em Olhar Digital.






