A chuva de meteoros Geminídeas está de volta e deve formar um dos espetáculos celestes mais intensos do ano. O pico do fenômeno acontece na madrugada entre 13 e 14 de dezembro. Em locais escuros e com boa visibilidade, será possível ver mais de 100 meteoros por hora.
O que torna esse evento especial é a origem incomum. Em vez de vir de um cometa, como a maior parte das chuvas conhecidas, ela nasce de um asteroide chamado 3200 Faetonte. Isso faz com que os meteoros tenham características diferentes, inclusive cores variadas, que dependem dos elementos presentes em cada fragmento.
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Onde assistir a chuva de meteoros Geminídeas e o melhor horário
O pico da chuva de meteoros ocorre entre 2h e 3h da madrugada de domingo (14/12). Nessa janela, o chamado radiante — ponto do céu de onde os meteoros surgem — fica mais alto no horizonte. No caso dos Geminídeas, esse radiante está na constelação de Gêmeos, localizada na direção norte.
Isso significa que quem estiver em regiões mais próximas ao Norte e ao Nordeste tende a ter uma visão um pouco melhor do fenômeno. Já no Sul do país, o número de estrelas cadentes visíveis pode ser menor, mas ainda significativo.
Especialistas ouvidos pelo Metrópoles listaram algumas dicas para assistir e aproveitar o fenômeno. Confira:
Prefira áreas escuras, longe de postes, prédios e outras fontes de iluminação.
Evite olhar na direção da Lua, que aparece por volta das 2h.
Deixe os olhos se acostumarem ao escuro por cerca de 20 minutos.
Evite usar o celular durante a observação, pois a luz da tela atrapalha a adaptação dos olhos.
Não são necessários telescópio ou binóculo. Para esse tipo de fenômeno, o ideal é ter uma visão bem ampla do céu.
“Os meteoros são muito pequenos, do tamanho de um grão de areia. Os mais brilhantes tipicamente vão ser pedrinhas de 1 a 2 cm, então estamos falando de objetos pequenos e que facilmente se desintegram ao entrar na atmosfera. É um espetáculo muito bonito e visualmente interessante”, afirma o astrofísico Thiago Gonçalves, diretor do Observatório do Valongo da UFRJ.
Origem da chuva de meteoros Geminídeas
Todos os anos, a Terra passa por uma região do espaço cheia de poeira e pedrinhas deixadas pelo asteroide 3200 Faetonte. É como se ele deixasse um rastro pelo caminho que faz ao redor do Sol.
Esse rastro fica sempre lá, e a Terra cruza a mesma faixa todos os anos. Ao entrar na atmosfera, esses pedacinhos se aquecem e se desfazem rapidamente, produzindo os “riscos de luz” dos meteoros que vemos no céu.
“A cada década, percebemos um aumento gradual nas partículas liberadas pelo 3200 Faetonte. Isso mostra que o rastro está ficando mais carregado com o passar do tempo”, explica o geólogo Álvaro Penteado Crósta, membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Com mais pedacinhos acumulados, a chuva de meteoros também fica mais intensa. No passado, costumava ter cerca de 40 a 50 meteoros por hora. Hoje, em noites favoráveis, chega facilmente a mais de 120.
O especialista ainda destaca que o Faetonte é mais rochoso do que a maioria dos cometas. Por ter menos gelo e mais material sólido, ele tende a soltar os fragmentos com mais facilidade ao longo da própria órbita.
Isso faz com que o rastro deixado por ele se mantenha cheio de pedacinhos ano após ano, garantindo que a Terra sempre encontre material suficiente para formar a chuva de meteoros.
O nome Geminídeas vem da constelação de Gêmeos, já que, para quem observa da Terra, os meteoros parecem surgir daquela região do céu
Existem riscos ao observar a chuva de meteoros Geminídeas?
Embora seja um fenômeno chamativo, as partículas não oferecem risco à superfície. A ciência também monitora objetos maiores que poderiam representar ameaça real à Terra e, segundo dados astronômicos atuais, não há registros de corpos com tamanho suficiente para causar danos significativos nos próximos séculos.
A chuva Geminídeas, portanto, continua entre os eventos astronômicos mais confiáveis e acessíveis do calendário, unindo beleza, ciência e uma oportunidade rara de observar o comportamento de materiais originados de um asteroide.
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