Novo remédio contra o câncer de mama reduz em 30% o risco de morte

Um novo tratamento experimental contra o câncer de mama reduziu em cerca de 30% o risco de recorrência invasiva do tumor ou morte das voluntárias tratadas com ele. A boa notícia causou furor no San Antonio Breast Cancer Symposium, um dos maiores congressos científicos dedicados à doença.

O trabalho apresentado na quinta-feira (11/12) no evento avaliou o uso do giredestrant, produzido pela farmacêutica Roche. O medicamento é destinado a pacientes com câncer de mama inicial RE+/HER2-. Esse subtipo responde a cerca de 70% dos diagnósticos de tumores.

Leia também

Saúde

Casal enfrentou câncer ao mesmo tempo: ele de próstata, ela de mama

Saúde

IA consegue prever risco de câncer de mama com 5 anos de antecedência

Celebridades

Atriz passa por mastectomia dupla após diagnóstico de câncer de mama

Brasil

Lei obriga SUS a oferecer fisioterapia a paciente com câncer de mama

A oncologista Gabrielle Scattolin, integrante da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, afirma que o resultado representa um marco clínico. “Com esse remédio, menos pacientes tiveram retorno da doença, o que pode posicionar o giredestrant como um novo padrão de cuidado para pacientes com esse subtipo de câncer de mama, uma área que não tinha tido avanços tão significativos nas últimas duas décadas. Esperamos ter a medicação disponível em breve”, disse.

Principais sintomas do câncer de mama

Aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, nas mamas.
Edema na pele, que fica com aparência de casca de laranja.
Retração da pele.
Dor.
Inversão do mamilo.
Descamação ou ulceração do mamilo.
Secreção transparente, rosada ou avermelhada que sai do mamilo.
Linfonodos palpáveis na axila.

Como foi feito o estudo do novo remédio?

O estudo apresentado recebeu o nome de lidERA Breast Cancer. Trata-se de ensaio clínico global de fase 3, a última etapa mínima necessária para a aprovação de um novo medicamento. O giredestrant foi desenvolvido para bloquear a ligação do estrogênio ao receptor de estrogênio, desencadeando sua degradação e interrompendo ou retardando o crescimento das células cancerígenas.

A pesquisa incluiu 4,1 mil pacientes com câncer de mama inicial em estágios de I a III, ou seja, de baixa a alta gravidade. Todas tinham doenças do subtipo RE+/HER2-. Ao longo de dois anos, metade recebeu giredestrant por via oral diariamente e a outra, a terapia endócrina padrão, como tamoxifeno ou inibidor de aromatase.

Sinais positivos

Ao todo, ocorreram 336 eventos de recorrência invasiva ou morte. O grupo tratado com giredestrant apresentou menos eventos, com 6,7% de casos no acompanhamento ao longo de cinco anos. No grupo padrão, o índice chegou a 9,4%. As taxas de sobrevida livre de doença em três anos foram de 92,4% com giredestrant e 89,6% com terapia tradicional.

O estudo também avaliou desfechos secundários. Houve tendência de melhora na sobrevida global, embora sem significância estatística. Outro ponto relevante envolveu o intervalo livre de metástases, quase 40% maior entre pacientes que experimentaram o novo remédio.

O perfil de segurança foi semelhante ao da terapia padrão. Os eventos adversos mais comuns incluíram dor articular, ondas de calor e dor de cabeça, mas a maioria foi considerada de baixa gravidade e em taxas próximas entre os grupos comparados com os remédios que já estão sendo utilizados atualmente.

16 imagensFechar modal.1 de 16

Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens

Sakan Piriyapongsak / EyeEm/ Getty Images2 de 16

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico

Science Photo Library – ROGER HARRIS/ Getty Images3 de 16

Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos

Jupiterimages/ Getty Images4 de 16

Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira

wera Rodsawang/ Getty Images5 de 16

Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas

Boy_Anupong/ Getty Images6 de 16

O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada

Annette Bunch/ Getty Images7 de 16

Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios

Metrópoles 8 de 16

A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito

Metrópoles 9 de 16

A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido

Saran Sinsaward / EyeEm/ Getty Images10 de 16

Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas

FG Trade/ Getty Images11 de 16

Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença

AlexanderFord/ Getty Images12 de 16

O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes

SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images13 de 16

De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade

andresr/ Getty Images14 de 16

É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico

Westend61/ Getty Images15 de 16

O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica

Peter Dazeley/ Getty Images16 de 16

Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente

Burak Karademir/ Getty Images