O Google anunciou uma parceria com o Reino Unido para ampliar o acesso de pesquisadores ao seu chip quântico mais avançado, batizado de Willow. A iniciativa convida especialistas britânicos a proporem usos práticos para a tecnologia, considerada um dos pilares da próxima fronteira da computação. O objetivo é acelerar a descoberta de aplicações reais para a computação quântica, área que ainda está em estágio experimental, apesar do avanço recente. As informações são da BBC.
A colaboração envolve o laboratório nacional de computação quântica do Reino Unido, o National Quantum Computing Centre (NQCC), e permitirá que pesquisadores tenham acesso ao processador Willow por meio de uma seleção aberta de projetos. Para o Google, a parceria também representa uma oportunidade de se beneficiar da expertise acadêmica britânica, enquanto o país amplia sua posição no cenário global da tecnologia quântica.
Para o Google, a parceria também representa uma oportunidade de se beneficiar da expertise acadêmica britânica (Imagem: Marieke Kramer/Shutterstock)
Google e Reino Unido ampliam acesso à computação quântica
O acordo prevê que cientistas submetam propostas detalhando como pretendem utilizar o chip Willow em experimentos. Os projetos selecionados serão desenvolvidos em conjunto com especialistas do Google e do NQCC, que atuarão no desenho e na execução das pesquisas. A expectativa é que esse modelo colaborativo ajude a identificar aplicações que hoje não podem ser resolvidas por computadores tradicionais.
O chip Willow foi apresentado pelo Google em 2024 e, desde então, é visto como um avanço relevante no campo da computação quântica. A tecnologia opera de forma fundamentalmente diferente dos computadores convencionais, baseando-se em princípios da física de partículas para resolver problemas extremamente complexos. Ainda assim, o potencial completo dessas máquinas não foi alcançado, e a maioria das aplicações segue em caráter experimental.
Para especialistas independentes, o anúncio é positivo tanto para o meio acadêmico quanto para a indústria. O professor Paul Stevenson, da Universidade de Surrey, destacou que o acesso ao processador coloca os pesquisadores do Reino Unido em uma posição privilegiada, ao mesmo tempo em que oferece ao Google a chance de explorar novas ideias e abordagens.
O chip Willow foi apresentado pelo Google em 2024 e, desde então, é visto como um avanço relevante no campo da computação quântica (Imagem: Quardia/iStock)
Competição global e impactos econômicos
O Google não está sozinho na corrida pela computação quântica. Empresas como Amazon e IBM também desenvolvem suas próprias soluções, disputando espaço em um mercado que pode transformar áreas como química, medicina e ciência dos materiais. No Reino Unido, o setor já apresenta força significativa: a Quantinuum, por exemplo, alcançou uma avaliação de US$ 10 bilhões em 2024.
O NQCC já abriga sete computadores quânticos de empresas britânicas, como Quantum Motion, ORCA e Oxford Ionics. Segundo o diretor do centro, Michael Cuthbert, a parceria com o Google deve acelerar descobertas científicas e apoiar pesquisas de ponta com potencial de aplicação futura.
Entre os campos que podem se beneficiar da computação quântica estão:
ciências da vida e biotecnologia;
química e desenvolvimento de novos materiais;
física fundamental e pesquisa básica.
O Google não está sozinho na corrida pela computação quântica (Imagem: arkanto / iStock)
O governo britânico considera a tecnologia uma prioridade estratégica e afirma estar investindo £670 milhões no setor. A expectativa oficial é que a computação quântica possa contribuir com até £11 bilhões para a economia do Reino Unido até 2045.
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Embora ainda não haja aplicações amplamente consolidadas, o acesso ao chip Willow pode ajudar a transformar a computação quântica de um experimento promissor em uma ferramenta com impacto concreto, reforçando o papel do Google nesse processo.
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