A ciência busca entender se Marte abriga, já abrigou ou pode abrigar vida. A exploração motivou agências espaciais, como a NASA e a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), a pousar rovers na superfície do Planeta Vermelho. Missões futuras são ainda mais ambiciosas e sonham em levar humanos ao solo marciano.
No entanto, apesar do interesse, há zonas marcianas onde a exploração é restrita – as chamadas “Regiões Especiais”. Tratados internacionais proíbem o pouso nesses locais – e o objetivo é proteger Marte.
Marte é alvo da ciência
Durante a corrida espacial da Guerra Fria, em 1967, Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido assinaram o Tratado do Espaço Exterior das Nações Unidas. O objetivo era proibir as nações signatárias de reivindicar soberania, estabelecer bases militares ou usar armas nucleares contra astros.
Com o avanço da tecnologia e da ciência, Marte se tornou um alvo importante na busca por vida fora da Terra. Então, surgiu o questionamento: se as missões atuais realmente encontrarem vida extraterrestre, como saberemos se não fomos nós, humanos, que a levamos para lá?
Em outras palavras, surgiu a preocupação de contaminar o espaço com a nossa própria forma de vida. Com isso, o Tratado incluiu uma seção que proíbe a exploração potencialmente perigosa de corpos do Sistema Solar – ou seja, casos em que pode haver contaminação vinda da Terra.
Os Estados Partes no Tratado deverão prosseguir com estudos do espaço exterior, incluindo a Lua e outros corpos celestes, e conduzir a sua exploração de modo a evitar a contaminação prejudicial e também alterações adversas no ambiente da Terra resultantes da introdução de matéria extraterrestre, e, quando necessário, deverão adotar medidas adequadas para esse fim.
Tratado do Espaço Exterior das Nações Unidas
Regiões Especiais da Marte
Desde então, mais medidas foram adotadas para proteger o espaço. Uma decisão de 2016 do Comitê de Pesquisa Espacial (COSPAR) do Conselho Internacional para a Ciência criou as “regiões especiais” – locais onde qualquer tipo de contato humano é proibido (e isso inclui os rovers).
Objetivos científicos de alta prioridade, como a busca por vida e a compreensão do ambiente orgânico marciano, podem ser comprometidos se micróbios terrestres — isto é, organismos unicelulares procarióticos ou eucarióticos — transportados por espaçonaves crescerem e se espalharem em Marte. Isso levou à definição de ‘Regiões Especiais’ em Marte, onde medidas rigorosas de proteção planetária devem ser aplicadas antes que uma espaçonave possa entrar nessas áreas.
Tratado do Espaço Exterior das Nações Unidas
As regiões especiais são áreas que, por risco maior de presença de água líquida ou condições favoráveis a micróbios, exigem regras rígidas antes de qualquer aproximação. A intenção é impedir qualquer tipo de contaminação oriunda da Terra.
Regiões incertas são mistério
Há, ainda, as “regiões incertas”, áreas que poderiam ser consideradas regiões especiais após estudos mais detalhados;
Segundo o IFLScience, essas regiões incertas incluem linhas de declive e faixas escuras de Marte, que acreditava-se que poderiam surgir a partir da presença de água;
As diretrizes estabelecem que, antes de pousar uma missão em outros planetas, deve-se avaliar se a área é uma região especial ou incerta;
As regras são uma maneira de manter o espaço sem contaminação da Terra, o que ajudaria a identificar vida extraterrestre sem dúvidas.
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