O Facebook começou a testar um limite na publicação de links para contas e páginas profissionais. A novidade, criada pela Meta, pode impactar diretamente criadores e marcas que usam a rede social para divulgar conteúdos externos.
No experimento, apenas usuários com assinatura Meta Verified conseguem publicar um volume maior de links. A iniciativa busca entender se esse recurso agrega valor ao plano pago da plataforma.
Como funciona o novo limite de links
O teste foi percebido por usuários na última semana e observado pelo estrategista de mídias sociais Matt Navarra. Segundo ele, quem participa do experimento só consegue publicar até dois links no feed, a menos que assine o Meta Verified, que custa a partir de US$ 14,99 por mês (cerca de R$ 75).
A Meta confirmou o teste ao TechCrunch e explicou que ele afeta pessoas que utilizam o modo profissional e as Páginas do Facebook. O modo profissional transforma perfis pessoais em contas de criador, ampliando o alcance do conteúdo para novos públicos.
De acordo com capturas de tela divulgadas, algumas exceções continuam valendo. Usuários ainda podem compartilhar links específicos sem que eles sejam contabilizados no limite imposto pelo teste.
O que continua liberado para postar
Mesmo com a restrição, nem todo tipo de link entra na contagem. Segundo o que foi observado no experimento, seguem permitidos:
Links de afiliados.
Links nos comentários.
Links para publicações dentro do ecossistema Meta.
Conteúdos do Facebook, Instagram e WhatsApp.
A empresa também afirmou que, por enquanto, editores de notícias não estão incluídos no teste.
“Este é um teste limitado para entender se a capacidade de publicar um volume maior de posts com links agrega valor adicional para os assinantes do Meta Verified”, afirmou um porta-voz da Meta.
Impacto para criadores e marcas
O experimento pode mudar a estratégia de quem depende do Facebook para levar tráfego a blogs, lojas ou outras plataformas. Ao atingir o limite, criadores e marcas teriam duas opções: passar a publicar apenas conteúdos hospedados nas plataformas da Meta ou interromper as postagens com links, caso não queiram pagar pela assinatura.
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Esse movimento ganha ainda mais relevância quando se observa o comportamento do público. No relatório de transparência do terceiro trimestre, a Meta revelou que mais de 98% das visualizações do feed nos EUA vêm de publicações sem links. Apenas 1,9% envolvem posts com links, em sua maioria originados de páginas seguidas.
O relatório também apontou YouTube, TikTok e GoFundMe como os domínios mais compartilhados. Esses dados reforçam a tendência da plataforma de priorizar conteúdos nativos no feed.
O teste ocorre em meio a um debate mais amplo sobre o futuro da web baseada em links. Com a ascensão da inteligência artificial e de resumos automáticos, o setor editorial já enfrenta impactos negativos. Outras redes, como o X, também reduziram a visibilidade de posts com links para manter os usuários dentro de seus próprios ambientes.
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