X processa startup que tenta recuperar marca e logo do Twitter

A rede social X (anteriormente Twitter) de Elon Musk entrou com uma ação judicial contra a startup Operation Bluebird, acusando o grupo de tentar se apropriar indevidamente da marca Twitter e de seus símbolos mais conhecidos, como o nome e o icônico pássaro azul. O processo foi apresentado poucos dias depois de a startup pedir às autoridades dos Estados Unidos o cancelamento de registros ligados ao antigo nome da rede social.

A disputa reacende o debate sobre o futuro da identidade do Twitter, mesmo após a plataforma ter sido oficialmente rebatizada como X em 2023. Enquanto a Operation Bluebird sustenta que a marca foi abandonada, a empresa de Elon Musk afirma que o Twitter “nunca deixou de existir” do ponto de vista legal e comercial.

Empresa de Elon Musk defende que o Twitter nunca deixou de existir (Imagem: Omar ElDeraa / Shutterstock.com)

Pedido para cancelar marcas do Twitter

A ofensiva inicial partiu da Operation Bluebird, startup sediada na Virgínia, que entrou com uma petição junto ao Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos. O objetivo foi solicitar o cancelamento dos registros das palavras “Twitter” e “Tweet”, atualmente sob controle da X Corp.

Segundo a petição, a empresa teria abandonado legalmente essas marcas ao reformular o site, os produtos e o marketing, substituindo o nome Twitter por X. No documento, a startup afirma que os antigos elementos da marca foram eliminados e que não haveria intenção de retomá-los, citando que “o pássaro do Twitter foi aterrissado”.

X diz que rebranding não significa abandono

Em resposta, a X Corp. apresentou uma ação contra a Operation Bluebird, classificando a iniciativa como uma tentativa “descarada” de roubar uma marca mundialmente conhecida. No processo, a empresa argumenta que um rebranding não representa abandono de direitos de marca, mesmo com a adoção predominante do nome X.

A ação afirma que o uso das marcas Twitter continua ativo, destacando que milhões de usuários ainda acessam a plataforma pelo domínio Twitter.com e utilizam termos como “Twitter” e “tweet” para se referir ao serviço e às publicações.

X Corp entrou com ação contra a Operation Bluebird (Imagem: PJ McDonnell / Shutterstock.com)

Pedido de bloqueio e indenização

Além de pedir que a petição da startup seja rejeitada pelo órgão de patentes, a X solicita que a Justiça determine o fim de qualquer uso de marcas associadas ao Twitter por parte da Operation Bluebird. A empresa também pede indenização por infração de direitos autorais e o pagamento das despesas legais relacionadas ao caso.

A companhia de Elon Musk afirma que a iniciativa da startup pode gerar confusão entre usuários e causar “danos irreparáveis” ao negócio, caracterizando a estratégia como um esquema calculado e de má-fé.

Termos de uso e reforço da posse da marca

Em meio à disputa, a X atualizou seus Termos de Serviço, reforçando que é a proprietária tanto do nome X quanto do nome Twitter e de todos os elementos associados às duas marcas. O texto deixa claro que usuários não têm direito de utilizar logotipos, nomes de domínio ou outros sinais distintivos sem autorização expressa por escrito.

A medida é citada como mais uma evidência de que a empresa mantém controle ativo sobre os ativos ligados ao Twitter, mesmo após a mudança de identidade visual e de nome.

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Protótipo e reação da X

A Operation Bluebird, que tem entre seus líderes o ex-responsável jurídico por marcas do Twitter, Stephen Coates, já colocou no ar um protótipo chamado Twitter.new. O site usa um esquema de cores e um logotipo de pássaro semelhantes aos da antiga identidade da rede social.

A Operação Bluebird diz que mais de 147 mil pessoas já solicitaram um nome de usuário para a nova rede social (Imagem: Reprodução)

Na página, a startup afirma que “a praça pública está quebrada” e que pretende “trazê-la de volta”. De acordo com o próprio site, mais de 147 mil pessoas já teriam solicitado nomes de usuário para a futura plataforma.

Para a X Corp., no entanto, a ideia de “trazer o Twitter de volta” não faz sentido. Segundo o processo, o Twitter nunca deixou de existir e segue sendo de propriedade exclusiva da empresa, independentemente do nome pelo qual a plataforma passou a ser conhecida publicamente.

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