Como os gatos ‘sabem’ quando estamos tristes, segundo a ciência japonesa

Quem tem um felino em casa já passou por isso: num dia difícil, o animal se aproxima silenciosamente e permanece ao lado, como se entendesse a dor do tutor. A ciência japonesa, referência mundial em etologia felina, confirma que essa percepção não é coincidência, mas fruto de uma observação sofisticada que os gatos mantêm sobre seus humanos.

A mente atenta por trás do olhar

Ao contrário da fama de distantes ou indiferentes, os gatos monitoram constantemente seus donos, criando “mapas mentais” de onde eles estão e como estão agindo. Essa vigilância silenciosa é a base da empatia felina. Eles não nos veem apenas como fornecedores de alimento, mas como pontos de referência sociais cruciais em seu ambiente.

Uma pesquisa reveladora conduzida por cientistas da Universidade de Kyoto demonstrou que os gatos possuem uma capacidade cognitiva avançada de rastrear a presença de seus donos apenas pelo som, sem contato visual. O estudo liderado por Saho Takagi provou que os felinos ficam surpresos e alteram seu comportamento quando a voz do dono vem de uma direção inesperada, indicando que eles estão sempre “mapeando” nossa localização e estado. Essa atenção auditiva aguçada permite que detectem alterações sutis no tom de voz, como o choro ou a fala trêmula típica da tristeza.

Os sinais de que seu gato está sintonizado com suas emoções incluem:

🐈
Ronronar terapêutico


O gato busca contato físico e emite vibrações calmantes.

👀
Olhar fixo (Social Referencing)


Ele observa suas reações faciais para entender o ambiente.

🫂
Proximidade física


Deitar-se sobre ou ao lado do tutor em momentos de quietude.

🐾
Toques sutis


Cabeçadas leves ou “amassar pãozinho” para reforçar o vínculo.

Decodificando a linguagem humana

Os gatos são mestres na leitura de sinais não-verbais. Estudos complementares indicam que, embora não processem a emoção exatamente como nós, eles associam expressões faciais e tons de voz a resultados positivos ou negativos. Quando estamos tristes, nossa linguagem corporal se fecha e ficamos mais quietos; o gato percebe essa mudança de rotina e padrão vibracional, reagindo muitas vezes com uma aproximação investigativa ou consoladora.

Os gatos são mestres na leitura de sinais não-verbais – (Imagem gerada por inteligência artificial-ChatGPT/Olhar Digital)

Vínculo emocional ou conveniência?

Muitos argumentam que a aproximação é apenas interesse, mas a ciência sugere que o apego é real. O gato doméstico adaptou-se para viver em colônias sociais com humanos, desenvolvendo uma sensibilidade que seus ancestrais selvagens não possuíam. Essa evolução social permitiu que eles diferenciassem o humor de seus tutores para garantir a harmonia do “bando”.

A importância da reciprocidade

Entender que seu gato sabe o que você sente muda a dinâmica da relação. Responder a esses gestos de carinho com fala suave e toques gentis reforça o laço de confiança. Para os pesquisadores japoneses, o segredo dessa conexão está na sutileza: o gato não precisa de grandes festas para demonstrar amor, apenas da presença constante e da observação mútua que constrói uma parceria silenciosa e profunda.

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